Olaparibe ± cediranibe para o tratamento de câncer de ovário sensível à platina recorrente - Oncologia Brasil

Olaparibe ± cediranibe para o tratamento de câncer de ovário sensível à platina recorrente

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Este estudo de fase III examinou se os regimes, totalmente orais, sem platina, da combinação de olaparibe e cediranibe ou monoterapia com olaparibe, poderiam melhorar a sobrevida livre de progressão em comparação com a quimioterapia padrão à base de platina em pacientes com câncer de ovário recidivado sensível à platina

A quimioterapia à base de platina é o tratamento padrão para o câncer de ovário sensível à platina, sendo que placlitaxel e carboplatina podem ser utilizados, porém ocorrem complicações da terapia repetida com platina, como ruptura de bexiga. O estudo clínico NRG-GY004 procurou avaliar a atividade de duas alternativas terapêuticas totalmente orais, olaparibe ou olaparibe + cediranibe comparados à quimioterapia à base de platina.

Este trata-se de um estudo de fase III, randomizado, aberto, com bases nos Estados Unidos e Canadá. Os pacientes elegíveis ao estudo tinham câncer de ovário seroso ou endometrioide sensível à platina de alto grau. Os pacientes foram aleatoriamente randomizados 1:1:1 para receberem quimioterapia à base de platina; olaparibe; ou olaparibe/cediranibe. O desfecho primário do estudo foi a sobrevida livre de progressão (SLP) na população com intenção de tratamento. Os desfechos secundários incluíram a atividade da terapia nos subgrupos mutantes de BRCA ou tipo selvagem; e resultados relatados pelo paciente (RRP).

Entre 04/02/16 e 13/11/17, cerca de 565 pacientes foram aleatoriamente designados. A SLP mediana foi de 10,3; 8,2 e 10,4 meses com quimioterapia, olaparibe e olaparibe/cediranibe, respectivamente. Como pode-se observar, o esquema olaparibe/cediranibe não demonstrou melhora da sobrevida livre de progressão versus quimioterapia. Em mulheres com mutação germinativa BRCA, a razão de risco (HR) da SLP versus quimioterapia foi de 0,55 para olaparibe/cediranibe e 0,63 para olaparibe. Em mulheres sem a mutação de BRCA em células germinativas, o HR da SLP de olaparibe/cediranibe versus quimioterapia foi de 0,97 e de 1,41 para olaparibe em comparação com quimioterapia.

Eventos adversos hematológicos ocorreram mais comumente em pacientes sob quimioterapia; entretanto, eventos adversos não hematológicos foram maiores com olaparibe/cediranibe. Em 489 pacientes avaliados com resultados relatados pelo paciente, os pacientes que receberam olaparibe/cediranibe pontuaram em média 1,1 pontos de piora na subescala NFOSI-DRS-P versus quimioterapia; e nenhuma diferença entre olaparibe e quimioterapia foi observada.

Logo, a combinação olaparibe/cediranibe não melhorou a sobrevida livre de progressão em comparação com a quimioterapia e resultou em resultados relatados pelo paciente reduzidos. Notavelmente, em pacientes com mutação germinativa BRCA, tanto olaparibe quanto olaparibe/cediranibe tiveram atividade clínica significativa. O que pode ser uma oportunidade de tratamento para essa coorte de pacientes.

Referência:

Liu JF, et al., Olaparib With or Without Cediranib Versus Platinum-Based Chemotherapy in Recurrent Platinum-Sensitive Ovarian Cancer (NRG-GY004): A Randomized, Open-Label, Phase III Trial. J Clin Oncol. 2022 Mar 15:JCO2102011. doi: 10.1200/JCO.21.02011. Epub ahead of print. PMID: 35290101.

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