Paciente idoso com câncer de cabeça e pescoço: tratamento diferenciado? - Oncologia Brasil

Paciente idoso com câncer de cabeça e pescoço: tratamento diferenciado?

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O Dr. Gilberto de Castro Junior, oncologista clínico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e do Hospital Sírio-Libanês e presidente do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT), em sua participação no ESMO Congress 2019, comentou os dados trazidos por um estudo do grupo GERICO-GORTEC. O estudo avaliou a relevância para o prognóstico de realizar tratamentos guiados por um teste de avaliação geriátrica, de forma a desenhar rotinas terapêuticas mais adequadas a cada paciente, com foco em pacientes idosos com câncer de cabeça e pescoço metastático / recorrente (CCPCE M/R).

Para testar a rotina de avaliação e classificação de pacientes criada pelo próprio grupo, denominada ELAN, os pesquisadores incluíram 160 pacientes acima de 70 anos no estudo. Os pacientes foram classificados de acordo com os critérios do ELAN, em aptos ou inaptos para o tratamento.

Os pacientes considerados aptos ao tratamento receberam uma combinação de cetuximabe, quimioterapia baseada em platina e fluoracil, enquanto os inaptos foram randomizados para receber tratamento com metotrexato ou cetuximabe em monoterapia.

“Foi observada uma taxa de resposta de 40%, além de uma sobrevida de aproximadamente 11 meses. Então, para esses pacientes aptos, eu concordo com os autores que deve-se utilizar o tratamento com quimioterapia e cetuximabe. Já o cenário para os pacientes inaptos ao tratamento foi bastante ruim”, comentou o Dr. Castro Jr.

Não foram detectadas, para esse segundo grupo, diferenças na taxa de resposta ou sobrevida global. Porém, para pacientes com bom performance status, tenham demonstrado uma leve tendência de melhora nos resultados.

“Se tivermos de guardar alguma mensam, é o seguinte: se você tem um paciente idoso com carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço metastático porém com um estado geral de saúde que o permite ser classificado como bom e apto a tratamento, você pode tratar com platina-fluoracil e cetoxumabe. Já para pacientes não aptos, o que determina as chances de sucesso e o tipo de tratamento seria o performance status”, conclui o oncologista.

O ESMO Congress 2019 aconteceu entre os dias 27 de setembro e primeiro de outubro em Barcelona, Espanha, reunindo especialistas do mundo todo para discutir o que há de mais recente na pesquisa oncológica, com apresentação de dados que podem mudar a prática da oncologia e consequente promoção de um atendimento melhor ao paciente. Confira a cobertura que fizemos no site www.oncologiabrasil.com.br/esmo-19.