PACIFIC-2: Durvalumabe concomitante à quimiorradioterapia no tratamento de CPNPC estadiamento III irressecável - Oncologia Brasil

PACIFIC-2: Durvalumabe concomitante à quimiorradioterapia no tratamento de CPNPC estadiamento III irressecável

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Estudo não demonstra ganho da adição de Durvalumabe concomitante à quimiorradioterapia. Esse resultado mantém o que foi estabelecido anteriormente pelo PACIFIC; garantindo o Durvalumabe apenas enquanto terapia de manutenção após a quimiorradioterapia em pacientes que não progrediram

A aprovação do Durvalumabe (anti-PD-L1) para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão de não-pequenas células (CPNPC) estadiamento III, irressecável e sem progressão após quimiorradioterapia (CRT) foi fundamentada nos resultados do estudo clínico de fase III – PACIFIC. Em seus resultados de 5 anos, demonstrou uma redução de 28% no risco de óbito e de 45% no risco de progressão ou óbito. No entanto, cerca de 30% dos pacientes são inelegíveis para esse tratamento devido à progressão rápida após ou durante a CRT, ou à incapacidade de recuperação da toxicidade. Diante desses desafios, foi delineado o estudo PACIFIC-2 com o objetivo de avaliar se a adição de Durvalumabe concomitantemente à CRT seguida de consolidação com o mesmo anti-PD-L1 pode estender os benefícios clínicos já observados. 

Foram incluídos 328 pacientes virgens de tratamento e diagnosticados com CPNPC estadiamento III. A coorte foi randomizada 2:1 em quimiorradioterapia concomitante ao Durvalumabe (n=219) ou quimiorradioterapia concomitante ao placebo (n=108). Os pacientes receberam Durvalumabe ou Placebo como terapia de consolidação até progressão, toxicidade inaceitável, retirada de consentimento ou demais critérios. 

Apresentado na ELCC 2024, o estudo PACIFIC-2 apresenta seus resultados após uma mediana de follow-up de 30,5 meses. Dada a sobrevida livre de progressão (SLP) como seu endpoint primário, a mediana de SLP foi de 13,8 meses vs. 9,4 meses em Durvalumabe e placebo, respectivamente. Ainda que não se tenha obtida uma diferença significativamente estatística, notou-se uma tendência de SLP prolongada em Durvalumabe, com redução de 15% no risco de progressão ou óbito (HR=0,85; 95%CI: 0,65-1,12; p-value = 0,247). A mediana de sobrevida global foi de 36,4 vs. 29,5 meses. 

Do ponto de vista de segurança, toxicidades graus 3/4 de qualquer causa foram reportadas em 53,4% dos pacientes do braço Durvalumabe vs. 59,3% do placebo, de modo que 25,6% e 12% dos pacientes demandaram descontinuação do tratamento, respectivamente, com 14,2% e 5,6% ocorrendo nos primeiros 4 meses. Eventos adversos graves ocorreram em 47% e 51,9% dos braços, com óbitos reportados em 13,7% e 10,2%. Quadros de pneumonite/pneumonite por radiação ocorreram em 28,8% e 28,7%. 

Os resultados apresentados não sugerem uma melhora de desfechos clínicos de Durvalumabe+CRT comparativamente à CRT isolada. Os perfis de segurança e tolerabilidade foram igualmente consistentes. Portanto, apenas a consolidação com Durvalumabe após a CRT segue como padrão de tratamento para CPNPC estadiamento III iressecável que não progrediram após a CRT. 

 

Referências: 

  1. Spigel DR, Faivre-Finn C, Gray JE, et al. Five-Year Survival Outcomes From the PACIFIC Trial: Durvalumab After Chemoradiotherapy in Stage III Non-Small-Cell Lung Cancer. J Clin Oncol. 2022 Apr.
  2. Bradley JF, et al. [LBA1] – Durvalumab in combination with chemoradiotherapy for patients with unresectable stage III NSCLC: Final results from PACIFIC-2. ELCC 2024. 

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