PACIFIC-6: segurança de durvalumabe pós quimiorradioterapia sequencial no CPNPC estádio III irressecável - Oncologia Brasil

PACIFIC-6: segurança de durvalumabe pós quimiorradioterapia sequencial no CPNPC estádio III irressecável

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Durvalumabe após QRT sequencial demonstrou segurança semelhante ao durvalumabe após QRT concomitante, protocolo previamente avaliado no já conhecido estudo PACIFIC

No estudo de fase 3 PACIFIC (NCT02125461), durvalumabe após quimiorradioterapia concomitante (cQRT) melhorou significativamente os desfechos de sobrevida em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) estádio III irressecável, demonstrando segurança gerenciável. Como muitos são inelegíveis para cQRT, foi apresentado durante o Congresso Europeu de Câncer de Pulmão o PACIFIC-6 (NCT03693300), um estudo de fase 2, aberto, multicêntrico que avalia a segurança de durvalumabe após QRT sequencial (sQRT) em pacientes com  CPNPC estádio III irressecável. 

O estudo prevê recrutar até 120 indivíduos com ECOG ≤ 2 e sem progressão após sQRT para receber durvalumabe 1500 mg endovenoso a cada 4 semanas por um total de 24 meses ou até progressão de doença, toxicidade limitante ou retirada do consentimento. O desfecho primário é a segurança/tolerabilidade, definida por eventos adversos graus 3 ou 4 relacionados ao tratamento que ocorrem dentro de 6 meses. Durante o Congresso, foi apresentada uma avaliação pré-especificada e planejada após o recrutamento de 50 pacientes (corte de dados em 24 de agosto de 2020) em uma coorte com ECOG 0 ou 1 que recebeu durvalumabe ≥ 6 meses. 

Resultados 

A idade mediana foi de 67,0 anos; 64% eram do sexo masculino; 64% tinham histologia de adenocarcinoma; 38%, 52% e 10% tinham CPNPC estádio IIIA, IIIB e IIIC; 48% e 52% tinham expressão positiva e negativa (< 1%).  

Os pacientes receberam uma média de 4 ciclos de quimioterapia, com 68% recebendo uma dose total de RT de ≥ 54 a ≤ 60 Gy e 32% recebendo > 60 a ≤ 66 Gy. Na maioria dos participantes (84%), QT e RT não se sobrepuseram.  

A melhor resposta à sQRT por RECIST 1.1 incluiu 74% de resposta parcial e 18% de doença estável. Ao todo, 88% apresentaram qualquer evento adverso, sendo que 12% tiveram eventos graus 3 ou 4. Além disso, 22% tiveram eventos adversos graves (10% relacionados ao tratamento) e 2 evoluíram a óbito. 72% apresentaram eventos adversos de especial interesse, incluindo pneumonite (32%) e dermatite/erupção cutânea (28%). Observou-se que 9 de 25 participantes descontinuaram o tratamento por eventos adversos, especialmente pneumonite (n = 8). 

Os autores concluem que, nessa avaliação pré-planejada, durvalumabe após sQRT demonstrou um perfil de segurança semelhante ao durvalumabe após cQRT em pacientes incluídos no estudo PACIFIC. 

Referências:  

  1. Antonia SJ, et al. Durvalumab after chemoradiotherapy in stage III non–small-cell lung cancer. New England Journal of Medicine. 2017. 377(20):1919-29. 
  1. Garassino M, et al. Early safety assessment of durvalumab after sCRT in patients with Stage III, unresectable NSCLC (PACIFIC-6). European Lung Cancer Virtual Congress. Abstract 78MO.