Paclitaxel em combinação com carboplatina no tratamento do carcinossarcoma uterino - Oncologia Brasil

Paclitaxel em combinação com carboplatina no tratamento do carcinossarcoma uterino

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Estudo de fase III demonstra que a combinação de paclitaxel e carboplatina é não inferior a combinação de paclitaxel e ifosfamida para o tratamento de pacientes com carcinossarcoma uterino não tradados previamente com quimioterapia

Este ensaio clínico randomizado de fase III teve o objetivo de determinar se paclitaxel e carboplatina (PC) podem ser considerados não inferiores e potencialmente superiores ao paclitaxel e ifosfamida (PI) em relação à duração da sobrevida global no contexto de tratamento de carcinossarcoma uterino (CSU).  

Os pacientes adultos com CSU ou carcinossarcoma ovariano (CSO) virgens para quimioterapia foram recrutados para este estudo. Estes participantes foram randomizados aleatoriamente para receber PC ou PI em ciclos de 3 semanas por 6 a 10 ciclos. Com 264 eventos em pacientes com CSU, o poder para um desenho híbrido de não-inferioridade de sobrevida global foi de 80% para um risco relativo nulo de 1,2 contra uma taxa de mortalidade 13% maior em PI com um erro tipo I de 5% para um teste de hipótese única.  

O estudo em questão recrutou 536 pacientes com CSU e 101 pacientes com CSO, sendo que destes, 449 e 90 foram considerados elegíveis, respectivamente. A análise primária foi realizada com pacientes com CSU e resultou em 40% em estágio I, 6% no estágio II, 31% no estágio III, 15% em estágio IV e 8% recorrentes. Entre os pacientes com CSU elegíveis, PC foi prescrito para 228 pacientes e PI para 221. Os resultados demonstraram que paclitaxel + carboplatina foi não inferior ao paclitaxel + ifosfamida. Além disso, a mediana de sobrevida global foi de 37 vs. 29 meses (HR = 0,87; IC 90%, 0,70 a 1,075; P < 0,01 para não inferioridade, P > 0,1 para superioridade). A mediana de sobrevida livre de progressão foi de 16 vs. 12 meses(HR = 0,73; P = < 0,01 para não inferioridade, P < 0,01 para superioridade). A toxicidade foi similar em ambos os grupos, exceto pelo fato que mais pacientes no braço PC tiveram toxicidade hematológica, e, em mais pacientes do braço PI observou-se episódios de confusão mental e hemorragia de trato genitourinário. Entre os 90 pacientes elegíveis com CSO, aqueles no braço PC tiveram uma maior sobrevida global e sobrevida livre de progressão comparado àqueles no braço PI. 

Com esses resultados, podemos concluir que o esquema paclitaxel + carboplatina foi não inferior ao regime ativo de paclitaxel + ifosfamida e sua administração deve ser considerada como tratamento padrão para carcinossarcoma uterino. 

Referências: 

Powell MA, et al., Randomized Phase III Trial of Paclitaxel and Carboplatin Versus Paclitaxel and Ifosfamide in Patients With Carcinosarcoma of the Uterus or Ovary: An NRG Oncology Trial. J Clin Oncol. 2022 Jan 10:JCO2102050. doi: 10.1200/JCO.21.02050. Epub ahead of print. PMID: 35007153.  

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