Padrão genético em resposta ao ribociclibe em pacientes com câncer de mama avançado - Oncologia Brasil

Padrão genético em resposta ao ribociclibe em pacientes com câncer de mama avançado

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Estudo publicado no Journal of Clinical Oncology busca um potencial preditor de desfecho baseando-se em genomas de pacientes com câncer de mama avançado

O câncer de mama é a principal causa de morte oncológica em mulheres no mundo. Aproximadamente 65% dos pacientes, abaixo de 50 anos, com cânceres de mama são HR+ (receptor hormonal positivos) e HER2-, subtipo relacionado a pior prognóstico em mulheres pré-menopausa. Essa análise procurou estabelecer o panorama genômico em pacientes pré-menopausa HR+/HER2- com câncer de mama avançado e as alterações genéticas associadas à resposta com ribociclibe, no ensaio clínico de fase III MONALEESA-7. 

As pacientes foram designadas aleatoriamente de 1:1 para receber terapia endócrina mais ribociclibe ou placebo. O plasma de cada paciente foi coletado no baseline e sequenciado para aproximadamente 600 oncogenes, utilizando NGS (sequenciamento de nova geração). A associação entre DNA circulante de tumores e a sobrevida livre de progressão (SLP) foi avaliada para identificar biomarcadores de resposta e resistência ao ribociclibe.  

O DNA circulante de tumores foi coletado em 565 pacientes, na baseline, sendo que em 489 obtiveram evidências de mais de uma alteração genética. As mutações mais frequentes foram PIK3CA (28%), TP53 (19%), CCND1 (10%), MYC (8%), GATA3 (8%), receptor tirosina quinase (17%) e o locus Chr8p11.23 (12%). O benefício com o tratamento de ribociclibe foi visto em pacientes wild-type e PIK3CA mutante, além do wild-type e mutante de CCND1, sendo que no último foi observado o maior benefício. Tal fato sugere um potencial preditivo de CCND1. As alterações em TP53, MYC, locus Chr8p11.23 e em receptor tirosina quinase foram associadas as piores SLP, porém o benefício do ribociclibe foi independente da presença ou não de mutações nestes genes.  

Pode-se concluir que em pacientes com câncer de mama avançado HR+/HER2- a presença de múltiplas alterações genéticas foi associada a piores desfechos, e que o benefício do ribociclibe foi observado independente da presença de mutações, porém em magnitudes diferentes dependendo da alteração.   

Referências: 

Bardia A, et al., Genomic Profiling of Premenopausal HR+ and HER2- Metastatic Breast Cancer by Circulating Tumor DNA and Association of Genetic Alterations With Therapeutic Response to Endocrine Therapy and Ribociclib. JCO Precis Oncol. 2021 Sep 1;5:PO.20.00445. doi: 10.1200/PO.20.00445. PMID: 34504990; PMCID: PMC8423397.