Neste vídeo, o Dr. Dr. Giuseppe Viale, Diretor do Departamento de Patologia e do Laboratório de Medicina no Instituto Europeu de Oncologia em Milão – Itália, comenta sobre os resultados do estudo que avaliou pacientes com câncer de mama avançado inicialmente classificados como HER2-negativos com base em critérios específicos de coloração de membrana e a relação dessas análises com a potencial eficácia da terapia direcionada ao HER2. Acesse e confira na íntegra!
Pacientes com câncer de mama são classificados como HER2-positivos (IHC3⁺ ou IHC2⁺/ISH⁺) ou HER2-negativos (IHC0, IHC1⁺ e 2⁺/ISH⁻). Dentro da categoria HER2-negativo, os pacientes que atendem aos critérios HER2 ˡ ᵒ ᵂ(IHC1+ou IHC2+/ISH-) podem se beneficiar da terapia direcionada ao HER2, como o trastuzumabe deruxtecano. Pacientes que atendem aos critérios IHC0 com coloração de membrana incompleta e fraca em >0, mas ≤10% das células tumorais – definidas como “HER2 ᵘ ˡ ᵗ ʳ ᵃ ⁻ ˡ ᵒ ʷ”, também podem se beneficiar da terapia direcionada ao HER2. No presente estudo, os autores analisaram a prevalência da expressão “HER2 ᵘ ˡ ᵗ ʳ ᵃ ⁻ ˡ ᵒ ʷ” com base em lâminas de biópsia HER2 IHC reavaliadas.
De modo geral, nesse estudo os pesquisadores utilizaram dados de Registro Eletrônico de Saúde (em inglês, Electronic Health Record – EHR) de todos os três campi da Mayo Clinic dos EUA. Foram identificados um total de 300 pacientes com câncer de mama avançado (estágios III-IV) e status HER2 IHC0 clinicamente documentado entre janeiro de 2017 e janeiro de 2023. Uma lâmina de biópsia por paciente (ensaio IHC: anticorpo primário monoclonal de coelho VENTANA Pathway anti-HER2/neu (4B5)) foi digitalizada e escaneada com ampliação de 40x. Dois patologistas da Mayo Clinic pontuaram e relataram de forma independente o status de HER2 de acordo com as diretrizes ASCO-CAP de 2023 e incluíram a porcentagem de coloração tumoral para cada lâmina. Os pacientes foram considerados “HER2 ᵘ ˡ ᵗ ʳ ᵃ ⁻ ˡ ᵒ ʷ” se a sua lâmina fosse classificada como IHC0 com coloração >0% mas ≤10%. O κ de Cohen foi utilizado para quantificar a concordância entre patologistas.
Resumidamente, os pacientes reavaliados (n=300) tinham idade média de 57,8 anos (desvio padrão, DP=13,5), com ~97% apresentando documentação IHC0 dentro de 30 dias após a lâmina da biópsia revisada. Um total de 285 (95%) pacientes permaneceram classificados como IHC0 por pelo menos um patologista. Destes, 60% (n=171) foram determinados como “HER2 ᵘ ˡ ᵗ ʳ ᵃ ⁻ ᵇ ᵃ ⁱ ˣ ᵒ” por pelo menos um patologista. A taxa de “HER2 ᵘ ˡ ᵗ ʳ ᵃ ⁻ ˡ ᵒ ʷ” por patologista variou de 43% (n=121) a 45% (n=104). A concordância global entre patologistas foi de 57%; pacientes sem coloração observável de HER2 IHC representaram a maioria dos pacientes concordantes.
Em conclusão, os autores destacam que cerca de 3 em cada 5 pacientes com câncer de mama avançado originalmente classificados como HER2 IHC0 atenderam aos critérios “HER2ᵘ ˡ ᵗ ʳ ᵃ ⁻ ˡ ᵒ ʷ” por pelo menos um patologista, o que implica que um número significativo de pacientes adicionais pode se beneficiar da terapia direcionada ao HER2. A concordância relativamente baixa entre patologistas especialistas em HER2 na identificação de níveis mais baixos de expressão de HER2 sugere a necessidade de maior precisão possibilitada por ferramentas digitais, aproveitando a IA, por treinamento para patologistas de prática comunitária e por seguir as recomendações de melhores práticas na determinação do status de IHC de HER2.
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