Estudo demonstra resultados da adição de pazopanibe à quimiorradiação pré-operatória em crianças e adultos com NRSTS de parede corporal/extremidade de risco intermediário/alto
Os sarcomas de tecidos moles não rabdomiossarcomas (NRSTS) compreendem 4% de todas as neoplasias malignas da infância e menos de 1% de todas as malignidades adultas. Certas tirosinas quinases são expressas e desreguladas em vários subtipos de NRSTS e o pazopanibe é um medicamento que age como inibidor de múltiplas tirosinas quinases (TKI), e tem atividade demonstrada em sarcoma avançado de tecidos moles.
O ARST1321 consiste em um estudo do COG (Grupo de Oncologia Infantil) e NRG oncology projetado em conjunto, com inscrições abertas de julho de 2014 a outubro de 2018. Se trata de um estudo de fase II projetado para comparar a taxa de resposta patológica quase completa (≥ 90% de necrose) após quimiorradiação pré-operatória +/- pazopanibe em crianças e adultos com NRSTS de parede corporal ou extremidade sensível à quimioterapia de risco intermediário ou alto. A inscrição foi interrompida precocemente após uma análise pré-determinada que verificou que a taxa de resposta patológica quase completa era significativamente maior com a adição de pazopanibe. Este trabalho relata os dados da análise secundária planejada do estudo.
De acordo com esse contexto, 85 pacientes elegíveis foram inscritos na Coorte de quimioterapia e randomizados para receber ou não pazopanibe. Os pacientes elegíveis (≥18 anos) e pediátricos (< 18 anos) com NRSTS de parede/extremidade não ressecada recém-diagnosticados foram inscritos na Coorte de quimioterapia (> 5 cm, FNCLCC grau 2/3, histologia sensível à quimioterapia designada pelo protocolo). Após uma fase de determinação da dose, os pacientes foram randomizados para receber (Esquema A) ou não receber (Esquema B) pazopanibe (< 18 anos: 350 mg/m 2 /dia; ≥ 18 anos: 600 mg/dia) em combinação com ifosfamida (7,5 g/m 2 /ciclo) e doxorrubicina (75 mg/m 2 /ciclo) mais 45 Gy de radioterapia pré-operatória seguido de ressecção primária na semana 13, depois quimioterapia adicional até a semana 25.
Os pacientes tinham uma idade mediana de 22,1 anos (intervalo: 5,7- 64,2 anos); sendo que 30 pacientes eram menores de 18 anos. Como resultados, as histologias mais comuns foram sarcoma sinovial (n = 42) e sarcoma pleomórfico indiferenciado (n = 19). Ademais, em 31 de dezembro de 2021, comum acompanhamento de sobreviventes mediano de 3,3 anos (intervalo: 0,1 – 5,8 anos), a sobrevida livre de eventos (SLE) de 3 anos para todos os pacientes na população com intenção de tratar foi de 52,5% (IC 95%: 34,8%-70,2%) para o Regime A e 50,6% (32%-69,2%) para o Regime B (p = 0,8677). Além disso, verificou uma sobrevida global (SG) em 3 anos de 75,7% (59,7%-91,7%) para o Regime A e 65,4% (48,1%-82,7%) para o Regime B (p = 0,1919).
Portanto, apesar da taxa de resposta patológica quase completa ter sido significativamente maior com a adição de pazopanibe à quimiorradiação pré-operatória em crianças e adultos com NRSTS de parede corporal/extremidade de risco intermediário/alto, os desfechos não foram estatisticamente significativos entre os dois regimes. Além do mais, a resposta patológica pode ser um fenômeno relacionado ao TKI e pode não ser um bom marcador substituto do resultado em estudos futuros.
Referência:
WEISS, Aaron, et al – Outcomes following preoperative chemoradiation +/- pazopanib in non-rhabdomyosarcoma soft tissue sarcoma (NRSTS): A report from Children’s Oncology Group (COG) and NRG Oncology. American Society of Clinical Oncology, 2022. https://meetings.asco.org/abstracts-presentations/207998
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