Neste vídeo, Dra. Daniela Dornelles Rosa, médica oncologista no Hospital Moinhos de Vento e Dr. Romualdo Barroso, médico oncologista Clínico do Hospital Sírio-Libanês de Brasília, discutem as abordagens de tratamento dos pacientes com câncer de mama HER2+ inicial
Dra. Daniela inicia o vídeo comentando que existem vários momentos no tratamento do câncer de mama HER2+ inicial. Nesta aula, o foco dado está nos tratamentos de neoadjuvancia e de adjuvancia, que geralmente são feitos com quimioterapia e bloqueio do HER2 com anticorpos monoclonais, além de também abordar como realizar o escalonamento e desescalonamento do tratamento.
Antes do advento dos anticorpos monoclonais anti-HER2, as pacientes com câncer de mama HER2+ apresentavam mais recidivas, e tinham uma doença mais agressiva. Entretanto, os estudos pioneiros de adjuvância demonstraram que para tumores com 1cm ou mais, o tratamento com trastuzumabe em combinação com quimioterapia por 1 ano diminuiu a recorrência da doença em 40% e a mortalidade em 34%. Além disso, estes estudos demonstraram que o benefício do trastuzumabe ocorria independentemente da idade, tamanho do tumor, linfonodos e da presença de RH.
A partir dos estudos iniciais avaliando o bloqueio de HER2, surgiu a questão se seria possível desescalonar o tratamento adjuvante. Os estudos clínicos clássicos utilizaram o tratamento com antraciclinas e taxanos em combinação com trastuzumabe. Nesta tentativa de reduzir o tratamento, o estudo BCIRG0006 propôs um braço sem a utilização de antraciclinas, o qual teve o mesmo benefício em reduzir o risco de morte e progressão da doença. O estudo APT, de fase II, por sua vez demonstrou que era possível desescalonar ainda mais o tratamento, apresentando benefício na utilização de paclitaxel semanal e trastuzumabe.
Por outro lado, o estudo APHINITY apresentou um racional de como manejar pacientes de alto risco. Sabia-se que trastuzumabe adjuvante reduzia o risco de recidiva e aumentava a sobrevida global em torno de 30%; entretanto, em torno de 25% dos pacientes apresentam recidivas em 10 anos. Em busca de como melhor tratar estes pacientes, o desenho do estudo APHINITY avaliou a utilização duplo bloqueio de HER2 (trastuzumabe + pertuzumabe) no cenário adjuvante. Este desenho de estudo foi pensado a partir dos ótimos resultados obtidos com a utilização do duplo bloqueio de HER2 no cenário neoadjuvante e na metástase. O estudo APHINITY apresentou benefício de sobrevida livre de doença invasora para a combinação de pertuzumabe, trastuzumabe e quimioterapia em comparação com trastuzumabe e quimioterapia, principalmente para pacientes com linfonodos positivos.
O estudo ExteNET, apesar de não ter aprovação no Brasil e por consequência não ser utilizado no Brasil, é um estudo considerado importante pelos especialistas. Este estudo tratou pacientes com neratinibe após receberem a terapia com trastuzumabe por um ano e não obterem reposta patológica completa. Os resultados deste estudo favoreceram o uso do neratinibe em uma adjuvancia estendida, com resultados significativos de sobrevida livre de doença invasora.
Segundo os especialistas, o tratamento com intensão curativa do câncer de mama HER2+ foi escalonado ao longo dos anos, com novas alternativas terapêuticas, indo desde a quimioterapia até a utilização de T-DM1 para casos de doença residual, mas também é necessário aprender a desescalonar os tratamentos, porque quanto mais avançado, existem mais toxicidades e custos associados ao tratamento.
Para exemplificar a utilização e racional destes diversos protocolos de tratamento, Dra. Daniela traz dois casos clínicos reais e os discute com Dr. Romualdo. Vale a pena assistir e conferir o conteúdo completo!
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