Resposta de pacientes com CPNPC e mutações EGFR Exon20ins a inibidores de checkpoint - Oncologia Brasil

Resposta de pacientes com CPNPC e mutações EGFR Exon20ins a inibidores de checkpoint

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Neste vídeo, Dra. Clarissa Baldotto (CRM: 705314 RJ), Oncologista Clínica do Grupo D’Or e diretora-executiva do GBOT,  fala sobre um estudo apresentado no WCLC 2021 que compara a resposta de pacientes com CPNPC EGFR selvagem e EGFR Exon20ins a inibidores de checkpoint imunológico.

É bem conhecida a importância da mutação do EGFR em câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC), e até 12% de todos os CPNPCs mutantes de EGFR abrigam mutações de inserção do Exon 20 (Exon20ins). Também já é conhecido que pacientes com EGFR Exon20ins apresentam uma resposta pior e, em alguns casos, até mesmo inexistente, aos inibidores de tirosina quinase. 

A partir deste contexto, este trabalho conduziu um estudo retrospectivo, utilizando o banco de dados Flatiron Health de 2015 a 2020, para comparar os resultados clínicos de pacientes tratados com imunoterapia e CPNPC EGFR Exon20ins com CPNPC de tipo selvagem (wtCPNPC, definido como EGFR e ALK negativos). O desfecho primário foi o tempo real para a próxima terapia (rwTTNT), e a sobrevida global foi o desfecho secundário.

Observou-se que a imunoterapia foi recebida como terapia de primeira ou segunda linha em 25% e 40% dos pacientes com EGFR Exon20ins e 40% e 42% dos pacientes com EGFR selvagem, respectivamente. As imunoterapias mais comuns recebidas pelos pacientes com EGFR Exon20ins e EGFR selvagem foram nivolumabe (64% e 51%) e pembrolizumabe (32% e 42%), respectivamente. 

Pacientes com EGFRP Exon20ins tiveram um risco aumentado de 58% de progredirem para próxima linha de tratamento em comparação com pacientes EGFR selvagem (razão de risco ajustada de 1,58 [IC de 95%, 1,2–2,1]; p=0,0012). O rwTTNT mediano foi 3,7 meses (95% CI, 3,0–4,9) para Exon20ins em comparação com 5,8 meses (95% CI, 5,6–6,0) para EGFR selvagem. Aos 12 meses, 10% dos pacientes com Exon20ins permaneceram no tratamento com imunoterapia em comparação com 31% dos pacientes com EGFR selvagem. Nenhuma diferença significativa na sobrevida entre os grupos Exon20ins e EGFR selvagem foi observada. 

A imunoterapia foi menos eficaz para pacientes com Exon20ins em comparação com EGFR selvagem, embora o tamanho da amostra para EGFR Exon20ins fosse menor. Dra. Clarissa ressalta como limitação do estudo a existência de novas terapias atualmente, mas que os dados do mundo real se tornarão cada vez mais importantes para o entendimento de populações com mutações menos comuns. Entretanto, pode-se concluir que a eficácia limitada das opções de tratamento atuais para pacientes com CPNPC EGFR Exon20ins enfatiza a necessidade de novas terapias direcionadas, o que já vem acontecendo com o advento e aprovação recente para pacientes com esse perfil. 

Referências: 

Comparative Clinical Outcomes Between EGFR Exon20ins and Wildtype NSCLC Treated with Immune Checkpoint Inhibitors. Bazhenova L, et al. Poster presented at WCLC 2021; abstract P08.04. 

 

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