Resultado de três anos do CheckMate 511: tratamento do melanoma avançado com NIVO3/IPI1 vs NIVO1/IPI3 - Oncologia Brasil

Resultado de três anos do CheckMate 511: tratamento do melanoma avançado com NIVO3/IPI1 vs NIVO1/IPI3

2 min. de leitura

NIVO3 + IPI1 mantém um perfil de segurança melhor em comparação à NIVO1 + IPI3. Análises descritivas demonstram que ambos os grupos apresentam altas taxas de SG aos três anos, sendo inclusive numericamente semelhantes

 

Durante o Congresso Mundial da ASCO 2021 foram apresentados os resultados de segurança e eficácia de três anos do CheckMate 511 (NCT02714218), um estudo de fase 3b/4, randomizado e duplo-cego, que avalia duas doses diferentes de nivolumabe em combinação com ipilimumabe em indivíduos com melanoma irressecável ou metastático previamente não tratado.  

Pacientes ≥ 18 anos de idade com melanoma estádios III/IV não tratado previamente foram randomizados 1:1 para receber NIVO3 + IPI1 (N = 180) ou NIVO1 + IPI3 (N = 178) a cada três semanas por quatro ciclos, ambos seguido por nivolumabe 480mg de manutenção a cada quatro semanas até progressão de doença ou toxicidade inaceitável. O desfecho primário foi a incidência de eventos adversos relacionados ao tratamento de grau 3 a 5 (TRAEs); desfechos secundários (análises descritivas) incluíram taxa de resposta objetiva (TRO), sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG). Formalmente, o estudo não foi desenvolvido para demonstrar a não inferioridade para os desfechos de eficácia. 

 

Resultados: 

Em um acompanhamento médio de 44,4 e 43,9 meses nos grupos NIVO3 + IPI1 e NIVO1 + IPI3, respectivamente, TRAEs levaram à descontinuação da terapia em 26% e 39% dos pacientes; 57% e 42% dos pacientes receberam terapia de manutenção. A incidência de TRAE graus 3 a 5 permaneceu significativamente menor com NIVO3 + IPI1 do que com NIVO1 + IPI3 (33,9% versus 48,3%; odds ratio 0,55 [IC 95% 0,36-0,84]). Os TRAEs mais frequentes de qualquer grau foram diarreia (27%), fadiga (26%) e prurido (26%) com NIVO3 + IPI1 e diarreia (31%), prurido (29%) e erupção cutânea (27%) com NIVO1 + IPI3.  

Em análises descritivas, os resultados de eficácia foram semelhantes aos observados em 1 ano. A TRO segundo a análise dos investigadores foi de 47% versus 53% (odds ratio = 0,8; IC95% 0,53–1,21) para os regimes NIVO3 + IPI1 e NIVO1 + IPI3, respectivamente. A mediana de SLP foi de 10,2 versus 10 meses (hazard ratio = 1.13; IC95% 0,85–1,50), respectivamente, e a mediana de SG não foi alcançada em ambos os regimes (hazar ratio = 1,03; IC95% 0,75–1,41). A taxa de SG aos 36 meses foi de 59% e 61%, demonstrando que os resultados foram numericamente semelhantes nos 2 grupos. 

Os autores concluem que no acompanhamento de 3 anos, NIVO3 + IPI1 continuou a demonstrar um perfil de segurança melhor em comparação a NIVO1 + IPI3. Em análises descritivas, ambos os grupos demonstraram altas taxas de SG em 3 anos, sendo inclusive numericamente semelhantes. Este estudo fornece informações importantes sobre o perfil de risco-benefício de ambos os regimes de dosagem de NIVO + IPI em pacientes com melanoma avançado.  

 

Referências:  

  1. Lebbe C, et alTwo dosing regimens of nivolumab (NIVO) plus ipilimumab (IPI) for advanced (adv) melanoma: Three-year results of CheckMate 511. 2021 ASCO Annual Meeting. Clin Oncol 39, 2021 (suppl 15;abstr 9516). DOI:10.1200/JCO.2021.39.15_suppl.9516