Resultados indicam que a resposta patológica completa no câncer de mama estágios II ou III de alto risco associou-se ao ganho de sobrevida livre de eventos e de recidiva à distância
Os pesquisadores do I-SPY2 Trial Consortium relataram que a resposta patológica completa foi associada a uma melhor sobrevida livre de eventos e de recidiva à distância em mulheres com câncer de mama estágios II ou III de alto risco, independentemente do subtipo molecular ou regime neoadjuvante recebido.
Esses resultados – publicados no JAMA Oncology – são de uma análise de acompanhamento de 3 anos do estudo de fase II I-SPY 2, em que 950 mulheres com tumores primários ≥ 2,5 cm, não submetidas à cirurgia prévia nem terapia sistêmica anterior, foram aleatoriamente designadas de forma adaptativa para receber tratamento neoadjuvante com 1 dos 9 agentes investigacionais ou combinações ou tratamento de controle dentro de subtipos moleculares. Foram excluídas mulheres com tumores HER2 negativo e receptor hormonal positivo (RH+) que apresentavam baixa pontuação no ensaio de 70 genes. Todas as pacientes receberam terapia neoadjuvante padrão com taxano, com ou sem um regime experimental seguido de doxorrubicina e ciclofosfamida.
No geral, a resposta patológica completa foi alcançada em 330 mulheres (34,7%). Essas taxas foram maiores nos grupos de investigação versus controle e variaram de 17% em pacientes RH-positivos/HER2-negativos a 68% em pacientes RH-negativos/HER2-positivos.
Entre todas as pacientes, a sobrevida livre de eventos em 3 anos foi de 95% naquelas com resposta patológica completa versus 78% naquelas sem resposta patológica completa (hazard ratio [HR] = 0,19; IC 95% = 0,12–0,31). A variação por subtipos moleculares foi de 93% a 97% versus 57% a 89%:
● HR = 0,14 (IC 95% = 0,03-0,55) para doença RH+/HER2-
● HR = 0,15 (IC 95% = 0,03-0,63) para doença RH+/HER2+
● HR = 0,18 (IC 95% = 0,09–0,34) para doença RH-/HER2-
● HR = 0,14 (IC 95% = 0,05–0,41) para doença RH-/HER2+
Entre todas as pacientes, a sobrevida livre de recorrência à distância em 3 anos foi de 95% naquelas com resposta patológica completa versus 81% para aqueles sem resposta patológica completa (HR = 0,21, IC 95% = 0,13–0,34). Por subtipos moleculares, as razões foram:
● HR = 0,16 (IC 95% = 0,04-0,64) para doença RH+/HER2-
● HR = 0,10 (IC 95% = 0,01-0,77) para doença RH+/HER2+
● HR = 0,20 (95 % CI = 0,10–0,40) para doença RH-/HER2-
● HR = 0,18 (IC 95% = 0,06–0,53) para doença RH-/HER2+
Segundo os pesquisadores, os dados indicam que uma resposta patológica completa após a terapia neoadjuvante implica em uma redução de aproximadamente 80% na taxa de recorrência. Uma melhora da resposta patológica completa nesse estudo de fase II traz oportunidades de seguir adiante em um estudo confirmatório de fase III.
Referências:
I-SPY2 Trial Consortium. Association of Event-Free and Distant Recurrence–Free Survival With Individual-Level Pathologic Complete Response in Neoadjuvant Treatment of Stages 2 and 3 Breast Cancer: Three-Year Follow-up Analysis for the I-SPY2 Adaptively Randomized Clinical Trial. JAMA Oncol. Published online July 23, 2020. doi:10.1001/jamaoncol.2020.2535
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