Resultados primários do estudo PAPILLON: Amivantamabe e quimioterapia versus quimioterapia em primeira linha para pacientes com câncer de pulmão não pequenas células - Oncologia Brasil

Resultados primários do estudo PAPILLON: Amivantamabe e quimioterapia versus quimioterapia em primeira linha para pacientes com câncer de pulmão não pequenas células

2 min. de leitura

Após resultados promissores no estudo CHRYSALIS, o ensaio PAPILLON avaliou, por meio de revisão cega independente, a combinação entre amivantamabe e carboplatina/pemetrexede versus quimioterapia

 

O amivantamabe é um anticorpo biespecífico para o receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) e o receptor de transição epitélio-mesênquima (MET), apresentando atividade de direcionamento imune. O estudo PAPILLON avaliou a combinação de amivantamabe e quimioterapia contra quimioterapia como tratamento de primeira linha para pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (NSCLC) que apresentam inserção no éxon 20 do gene EGFR. 

A avaliação foi feita com base em dados de um total de 308 pacientes, acompanhadas, em mediana, por 14,9 meses. Em ambos os grupos avaliados, a mediana de idade foi de aproximadamente 61 anos, sendo a maioria das pacientes mulheres, de etnia asiática. O histórico de metástases cerebrais ficou em 23% nos dois casos. O crossover para o tratamento com amivantamabe foi permitido para pacientes que progrediram no tratamento com quimioterapia apenas. 

Os resultados da comparação entre os grupos “amivantamabe + quimioterapia” e “quimioterapia apenas” incluem, respectivamente: 

  • Sobrevida livre de progressão (mediana): 11,4 meses (IC95% = 9,8 a 13,7 meses) versus 6,7 meses (IC95% = 5,6 a 7,3 meses); 
  • Razão de risco: 0,4 (IC95% = 0,3 a 0,53; p < 0,001); 
  • Sobrevida livre de progressão em 18 meses: 31% versus 3%; 
  • Taxa de resposta global: 73% (IC95% = 65 a 80%) versus 47% (IC95% = 39 a 56%); A razão de chance de resposta entre os grupos foi de 2,97 (IC95% = 1,84 a 4,79; p < 0,001); 
  • Sobrevida livre de progressão após primeira terapia subsequente: Não estimável versus 17,2 meses; A razão de risco foi de 0,49 (IC95% = 0,32 a 0,76; p < 0.001). 

Além disso, a análise provisória da sobrevida global revelou uma tendência favorável para o tratamento combinado, ainda que dois terços das pacientes inicialmente tratadas com quimioterapia tenham recebido amivantamabe posteriormente (razão de risco de 0,67; IC95% = 0,42 a 1,09; p = 0.106). 

Quanto aos eventos adversos para o tratamento combinado, os mais comuns foram neutropenia, paroníquia, prurido, anemia, reações relacionadas à infusão, e hipoalbuminemia. O tratamento foi descontinuado em 7% dos casos em decorrência dos eventos adversos. 

Por fim, entre pacientes com NSCLC que apresentaram inserção no éxon 20 do EGFR, o tratamento com amivantamabe revelou ganho na sobrevida livre de progressão em comparação com quimioterapia apenas. Portanto, o estudo PAPILLON estabelece a combinação de amivantamabe mais quimioterapia como tratamento padrão de primeira linha para pacientes com NSCLC que apresentem inserção no éxon 20 do gene EGFR. 

 

Referência

Girard et. al, 2023. Amivantamab plus chemotherapy vs chemotherapy as first-line treatment in EGFR Exon 20 insertion-mutated advanced non-small cell lung cancer (NSCLC): Primary results from PAPILLON, a randomized phase III global study. Apresentado durante a ESMO Congress 2023. Informações do ensaio clínico: NCT04538664.