[VÍDEO] - Revisão da evolução dos paradigmas de tratamento do Câncer de Próstata metastático hormônio sensível - Oncologia Brasil

[VÍDEO] – Revisão da evolução dos paradigmas de tratamento do Câncer de Próstata metastático hormônio sensível

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Geralmente o câncer de próstata hormônio sensível metastático se refere a pacientes que se apresentam com a doença de novo, ou seja, eles abrem o quadro já com a situação metastática ou em alguns casos pacientes que trataram o primário no passado e depois recidivaram e ainda não começaram nenhuma forma de tratamento. O paradigma de tratamento destes pacientes tem sido bloqueio androgênico central – orquiectomia, análogos ou antagonistas LHRH. Esse cenário vem mudando rapidamente, com estudos de adição de quimioterapia tais como o CHAARTED, GETUG 15 e STAMPEDE -que mostraram que pacientes com alto volume de doença têm benefício com a adição de Docetaxel, com ganho de sobrevida global da ordem de 17 meses.

Mais recentemente os estudos LATITUDE e STAMPEDE testaram a adição de abiraterona nestes de pacientes – o LATITUDE focou em pacientes de alto risco – demonstrando que a abiraterona também conferiu ganho de sobrevida global; no STAMPEDE este ganho ocorreu tanto nos pacientes de alto risco como nos de baixo risco.  Assim, pacientes metastáticos HS de alto volume podem ser tratados com ADT + Docetaxel ou ADT + abiraterona. Não há comparações diretas entre estas opções, portanto a escolha se deve mais ao perfil de tolerância à quimio e acesso às terapias. Já nos pacientes de baixo risco ou volume o benefício de docetaxel não é tão bem estabelecido, ao passo que há dados positivos com abiraterona no STAMPEDE.

Discute-se ainda o papel do tratamento do tumor primário em adição ao melhor tratamento sistêmico possível. O STAMPEDE mostrou que para esses pacientes, principalmente de baixo volume de doença, tratar o primário com radioterapia oferece um ganho de sobrevida global. Assim, além de discutir a melhor terapia sistêmica, temos que considerar para algum grupo selecionado de pacientes o tratamento do tumor primário com radioterapia. 

Este cenário continua em transição. No ASCO GU de 2019 o estudo ARCHES mostrou que, a despeito do volume ou risco de doença, a adição de enzalutamida ao bloqueio hormonal aumentou a sobrevida livre de progressão radiográfica e a taxa de resposta completa, com um nadir de PSA baixo e toxicidade aceitável. O estudo ainda é novo, sem dados de sobrevida global; talvez com maior seguimento ou com o benefício de enzalutamida visto em outros estudos, a associação de enzalutamida com ADT seja talvez uma outra opção para esses pacientes.

Lembro que há estudos com a combinação de tudo, como ADT + abiraterona + quimioterapia para esta população; assim, de um cenário que se tratava estes pacientes com bloqueio hormonal exclusivo agora o cardápio de decisões está bem enriquecido com ADT + Docetaxel  e ADT + abiraterona e tratamento do  tumor primário.

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