O uso de inibidores das quinases dependentes de ciclinas 4 e 6 (em inglês, cyclin-dependent kinase 4 and 6 [CDK4/6]) trouxe grandes benefícios em sobrevida livre de progressão para pacientes com câncer de mama metastático com positividade para receptores hormonais (RH+). Apesar disso, ganhos significativos em sobrevida global (SG) ainda não haviam sido demonstrados com clareza. No entanto, novos resultados do estudo MONALEESA-7, publicados no NEJM, trazem análise interina dos dados de SG, dessa vez com benefício expressivo nesse desfecho.
O estudo de fase III duplo-cego randomizou 672 mulheres na pré-menopausa ou perimenopausa, com câncer de mama metastático, RH+ e negativo para HER2, para receberem terapia hormonal em primeira linha (gosserrelina e inibidor de aromatase [IA] ou tamoxifeno) combinada a ribociclibe ou a placebo. Tratamentos prévios com terapia hormonal só eram permitidos em contextos de (neo)adjuvância, mas pacientes que haviam sido tratadas com até uma linha de quimioterapia prévia foram aceitas.
No grupo de ribociclibe, houve 83 óbitos entre 335 mulheres (24,8%) em comparação a 109 óbitos entre 337 pacientes (32,3%) do grupo do placebo. Esses dados corroboram uma SG significativamente maior para a combinação de inibidor de CDK4/6 e hormonioterapia, com 70,2% vs. 46,0% dos pacientes vivos em 42 meses, nos braços da combinação e do placebo, respectivamente (HR 0,71; IC 95% 0,54-0,95; p = 0,00973). O ganho em SG foi mantido também no subgrupo de 495 pacientes tratadas com IA (HR 0,70; IC 95% 0,50-0,98).
O uso de ribociclibe também parece ter impactado nos desfechos relacionados a terapias subsequentes, uma vez que o tempo para progressão ou morte durante a segunda linha de tratamentos também foi superior no braço experimental (HR 0,69; IC 95% 0,55-0,87). Em relação à publicação anterior do estudo, não houve novos dados relacionados à toxicidade da medicação avaliada.
Esses resultados ratificam o papel da adição de inibidores de CDK4/6 ao tratamento de primeira linha do câncer de mama RH+ metastático e indicam benefícios robustos para essas pacientes, que recebem tratamentos cada vez mais personalizados. A nova publicação pode ser lida na íntegra aqui.
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