A mielossupressão costuma ser uma das toxicidades mais significativas decorrentes da quimioterapia. Para neutropenia, o uso de fatores estimuladores de colônias de granulócitos é bem descrito. No entanto, não há tratamento padrão para a trombocitopenia induzida pela quimioterapia, e este quadro muitas vezes demanda redução ou atraso de doses, prejudicando o tratamento oncológico como um todo.
O romiplostim é um agonista do receptor da trombopoetina e é utilizado para o tratamento da trombocitopenia imune. Um estudo fase II randomizado avaliou seu papel em pacientes com neoplasia não-hematológica e plaquetas < 100.000 por pelo menos 4 semanas, apesar de redução de dose ou atraso de redução de dose.
Não era permitida inclusão de paciente com histórico de trombose. Vinte e três pacientes foram inicialmente randomizados e comparados com um braço observação. Após, 37 pacientes foram incluídos em braço único de romiplostim.
No grupo tratado com romiplostim durante a fase de randomização, 93% apresentou melhora dos níveis de plaquetas > 100.000/ml, enquanto apenas 12,5% do braço observação cursou com este aumento (p< 0,001). O retorno da quimioterapia foi possível em 44 pacientes tratados com romiplostim, mantendo seu uso semanalmente.
Em relação às toxicidades, 10,2% dos pacientes desenvolveram eventos tromboembólicos nos primeiros 12 meses de exposição ao romiplostim. Não houve desenvolvimento de neoplasias secundárias neste grupo de pacientes.
O romiplostim mostrou ser uma boa alternativa à trompocitopenia causada pela quimioterapia, em pacientes selecionados.
Você pode ler o trabalho original no Jornal of ASCO.
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