Segurança cardíaca com o uso de antraciclinas no tratamento do câncer de mama - Oncologia Brasil

Segurança cardíaca com o uso de antraciclinas no tratamento do câncer de mama

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Dra. Laura Testa, médica oncologista do ICESP e Oncologia D’Or, aborda dados de estudos que comprovam a segurança e os benefícios da reexposição a antraciclinas no cenário do câncer de mama metastático. Confira o conteúdo no vídeo! 

 

O uso de antraciclinas no tratamento do câncer de mama é bastante estabelecido na literatura, onde há atividade demonstrada em todos os subtipos de tumores de mama. No passado, essa classe de medicamentos era amplamente utilizada como primeira linha de tratamento, no entanto, com o surgimento de novos fármacos com alvos direcionados o uso de antraciclinas passou a ser priorizado como estratégias mais tardias, quando as pacientes falham a linhas prévias de tratamento.  

 No contexto de doença metastática, onde pacientes já receberam antracicilinas em linhas anteriores, há uma tendência a evitar a reexposição por conta da preocupação com relação a doses cumulativas e os seus possíveis riscos. No entanto, estudos indicam que é seguro realizar a reexposição em pacientes que fizeram de 4 a 6 ciclos de antraciclinas, demonstrando benefícios quando a doxorrubicina peguilada é utilizada na reexposição. Na literatura há estudos que demonstram taxas de resposta no cenário de reexposição que chegam a 55% em pacientes com boa performance, que fizeram tratamento em combinação com ciclofosfamida, e taxas de resposta de 38% em pacientes que fazem o uso da medicação sem combinação.  

Um dos efeitos que mais causam preocupação no uso de antraciclinas, não apenas no cenário de reexposição, mas também de linhas primárias é a cardiotoxicidade, o que leva a muitos especialistas a deixarem de oferecer essa classe de medicamento a suas pacientes. No entanto, evidências indicam que a doxorrubicina peguilada apresenta menor risco de cardiotoxicidade em comparação a outras antraciclinas, permitindo a oferta de tratamentos com altas taxas de resposta e benefícios clínicos significativos, além de um perfil de toxicidade mais brando quando comparado a doxorrubicina não peguilada e a outras antraciclinas.  

Embora seja importante manter atenção à cardiotoxicidade, isso não deve impedir o uso de antraciclinas, já que a segurança e benefícios dessa classe de medicamentos foram comprovados, principalmente em casos em que a paciente foi exposta a múltiplas linhas de terapia hormonal e esgotou as opções disponíveis. Com o uso adequado de antraciclinas, é possível preservar a qualidade de vida da paciente e manter regimes confortáveis, que proporcionem liberdade e bem-estar. 

No vídeo, Dra. Laura traz de forma detalhada os dados dos estudos que embasam a doxorrubicina lipossomal peguilada como uma opção de tratamento válida e segura, tanto no cenário de reexposição a antraciclinas como também em linhas prévias. Vale a pena conferir o conteúdo completo! 

 

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Referências: 

Al-Batran, S. E., et al. “Anthracycline rechallenge using pegylated liposomal doxorubicin in patients with metastatic breast cancer: a pooled analysis using individual data from four prospective trials.” British journal of cancer 103.10 (2010): 1518-1523. 

Trudeau, Maureen E., et al. “Phase II multicenter trial of anthracycline rechallenge with pegylated liposomal doxorubicin plus cyclophosphamide for first-line therapy of metastatic breast cancer previously treated with adjuvant anthracyclines.” Journal of Clinical Oncology 27.35 (2009): 5906-5910. 

Smith, Lesley A., et al. “Cardiotoxicity of anthracycline agents for the treatment of cancer: systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials.” BMC cancer 10.1 (2010): 1-14. 

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