Neste vídeo, o Dr Marcelo Cruz, Oncologista Clínico do Hospital Sírio-Libanês, comenta o estudo BEGONIA, que avaliou como a quimioterapia com inibidores de correceptores imunes pode melhorar os desfechos clínicos em comparação à quimioterapia isolada em pacientes com câncer de mama triplo-negativo (TNBC) metastático
Durante o Congresso Mundial da ASCO 2021, foi apresentado o BEGONIA (NCT03742102), um estudo de fase Ib/2, aberto, multicêntrico e de múltiplos braços, que avalia a segurança e a eficácia do durvalumabe, combinado a diversas outras terapias, como primeira linha de tratamento para pacientes com câncer de mama triplo-negativo localmente avançado ou metastático. Os resultados iniciais do braço 1 (durvalumabe mais paclitaxel [D + P]) e do braço 6 (durvalumabe combinado ao trastuzumabe deruxtecan [D + T-DXd) são descritos a seguir.
Pacientes cujos tumores apresentavam baixa expressão de HER2 (IHQ 2+/FISH negativo; IHQ 1+/FISH negativo ou IHQ 1+/FISH não testado) foram atribuídas ao braço D + T-DXd. As doses foram administradas até progressão de doença ou toxicidade inaceitável conforme posologia abaixo:
Braço 1: durvalumabe 1500 mg EV a cada 4 semanas mais paclitaxel 90 mg/m2 EV nos dias 1, 8 e 15 a cada 4 semanas;
Braço 6: durvalumabe 1120 mg EV mais trastuzumabe deruxtecan 5,4 mg/kg EV, ambos a cada 3 semanas;
Os objetivos principais foram segurança e tolerabilidade. Os desfechos secundários incluíram taxa de resposta objetiva (TRO), duração da resposta (DDR) e sobrevida livre de progressão (SLP). É importante frisar que os braços do estudo não são comparáveis devido aos diferentes critérios de elegibilidade, tratamentos e maturidade dos dados.
Resultados:
Braço 1 (corte de dados em setembro de 2020):
Ao todo, 23 participantes receberam D + P, sendo que 2 descontinuaram devido a eventos adversos (EAs). O tempo médio de acompanhamento foi de 16,6 meses. EAs foram experimentados por 10 (44%) pacientes e 1 (4%) desenvolveu EA grau 3/4. A dose de durvalumabe foi adiada em 7 (30%) participantes.
A TRO confirmada foi de 13/23 (57%), sendo que 54% permaneceram em resposta aos 12 meses (DDR mediana não alcançada). A SLP mediana foi de 7,3 meses.
Braço 6 (corte de dados em novembro de 2020):
Ao todo, 11 pacientes receberam D + T-DXd até o momento (todos em andamento). O tempo médio de acompanhamento foi de 2,3 meses. Quaisquer EAs e aqueles de grau 3/4 foram experimentados por 4 (36%) e 1 (9%) pacientes, respectivamente. Participantes que receberam D + T-DXd não tiveram toxicidades limitantes de dose e um apresentou aumento de troponina (grau 1). A dose de durvalumabe foi adiada e a dose de T-DXd reduzida para 2 (18%) pacientes cada.
A TRO confirmada foi de 4/4 (100%; apenas quatro pacientes tiveram a oportunidade de completar duas avaliações da doença durante o tratamento) com todas as quatro restantes em resposta no ponto de corte dos dados (DDR mediana não atingida).
Os pesquisadores concluíram que a associação de D + P demonstrou um perfil de segurança tolerável e taxa de resposta esperada para uma combinação de imunoterapia mais taxano no tratamento de primeira linha para câncer de mama triplo-negativo avançado. A associação de D + T-DXd, por sua vez, demonstrou segurança e eficácia promissora precoce nas pacientes com câncer de mama avançado com baixa expressão de HER2.
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