SHINE: Ibrutinibe em combinação com quimioterapia padrão em linfoma de células do manto não tratado em pacientes idosos - Oncologia Brasil

SHINE: Ibrutinibe em combinação com quimioterapia padrão em linfoma de células do manto não tratado em pacientes idosos

3 min. de leitura

Neste vídeo, Dr. Guilherme Perini, Médico Hematologista no Hospital Israelita Albert Einstein e Coordenador de Hematologia do Grupo Americas, comenta sobre os primeiros resultados do estudo SHINE, um estudo clínico no qual participou como investigador.  

Os resultados do estudo demonstram que a administração adicional de ibrutinibe associado à quimioterapia padrão bendamustina + rituximabe é capaz de aumentar a sobrevida livre de progressão sem alterar drasticamente o perfil de segurança do tratamento padrão.  

 

O linfoma de células do manto (LCM) trata-se de um subtipo de linfoma não-Hodgkin de células B, compreendendo 6% dentre todos os tipos de linfomas. Atualmente, é considerada uma doença sem cura, no entanto novos tratamentos buscam aumentar a duração da resposta. Frente a isso, o estudo SHINE, avalia o emprego de ibrutinibe, um inibidor da tirosina quinase de Bruton, em combinação com bendamustina (agente alquilante) e rituximabe (anti-CD20), em pacientes idosos (≥65 anos) com LCM não tratados previamente. 

O estudo contou com 523 pacientes, randomizados em um braço de tratamento recebendo ibrutinibe (560mg/dia via oral até progressão ou toxicidade limitante) e outro braço placebo (n = 261 e 262, respectivamente). Em ambos os braços do estudo foram associados 6 ciclos da quimioterapia padrão de bendamustina (90mg/m²) + rituximabe (375mg/m²). Aqueles pacientes respondedores (resposta completa ou parcial) seguiram em manutenção com rituximabe a cada 8 semanas até totalizarem no máximo 12 doses adicionais. 

A mediana de follow-up do estudo foi de 84,7 meses. Comparativamente, a mediana de sobrevida livre de progressão foi de 80,6 meses em ibrutinibe e de 52,9 meses no grupo placebo, o que retornou diferença significativa relacionada a esse desfecho primário (hazard ratio para progressão da doença ou óbito: 0,75; 95% CI: 0,59 a 0,96; p=0,01). No braço tratado com ibrutinibe, 65,5% dos pacientes obtiveram resposta completa ao passo que 57,6% dos pacientes com placebo alcançaram esse mesmo benefício (p = 0,06). Com relação à sobrevida global essa não teve diferença entre os grupos. A incidência de eventos adversos graves (Graus 3 e 4) foi de 81,5% e 77,3% em ibrutinibe e placebo, respectivamente. 

Os resultados do estudo SHINE publicados no The New England Journal of Medicine e apresentados no EHA 2022 demonstram maior sobrevida livre de progressão com a administração de ibrutinibe em detrimento da quimioterapia padrão isolada, com um bom e consistente perfil de segurança no tratamento em primeira linha de LCM em pacientes idosos. 

No vídeo, o especialista discute os resultados apresentados, abordando os possíveis impactos na prática clínica. Vale a pena assistir e conferir o conteúdo completo! 

 

Referências:  

  1. Wang ML, Jurczak W, Jerkeman M, Trotman J, Zinzani PL, Belada D, Boccomini C, Flinn IW, Giri P, Goy A, Hamlin PA, Hermine O, Hernández-Rivas JÁ, Hong X, Kim SJ, Lewis D, Mishima Y, Özcan M, Perini GF, Pocock C, Song Y, Spurgeon SE, Storring JM, Walewski J, Zhu J, Qin R, Henninger T, Deshpande S, Howes A, Le Gouill S, Dreyling M; SHINE Investigators. Ibrutinib plus Bendamustine and Rituximab in Untreated Mantle-Cell Lymphoma. N Engl J Med. 2022 Jun 3. doi: 10.1056/NEJMoa2201817. Epub ahead of print. PMID: 35657079. 
  2. Micahel L. Wang et al. Primary results from the phase 3 SHINE study of ibrutinib in combination with bendamustine-rituximab (BR) and R maintenance as a first-line treatment for older patients with mantle-cell lymphoma. EHA 2022 

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