Suportado pelos resultados promissores de eficácia e segurança do estudo EMBRACA, o fármaco talazoparibe, inibidor de PARP, foi aprovado pela ANVISA em maio de 2022 se tornou uma opção terapêutica no tratamento do câncer de mama gBRCA avançado
O câncer de mama associado à mutação germline nos genes BRCA (gBRCA) compreende, entre os tumores de mama, aproximadamente 5% dos casos. Deleções em BRCA1/2 afetam diretamente mecanismos do reparo ao dano do DNA especificamente a recombinação homóloga, de modo que as células afetadas ficam dependentes de mecanismos de reparo de quebra de fita simples, regulado, sobretudo pela enzima PARP [poly(ADP-ribose) polymerase], como forma de assegurar estabilidade genômica e consequentemente sobrevivência celular. Frente a esse cenário, o uso de inibidores de PARP (PARPi) sustenta-se no racional de que uma vez inibida a ação da enzima e, portanto, o reparo do dano, a quebra de uma fita simples leva ao acúmulo de diversos danos ao DNA irreparáveis e, portanto, inviável para sobrevivência da célula tumoral.
Dentre os PARPi, estudos pré-clínicos demonstraram que além da capacidade de inibição catalítica da enzima, a eficiência anti-tumoral dessa inibição seria potencializada pela captura da enzima. Assim, o talazoparibe surgiu como fármaco com ambas as atividades (inibidora catalítica e de captura).
O estudo EMBRACA, comparou a eficácia e segurança do talazoparibe (n=287) em relação à quimioterapia padrão (n=144) em pacientes com câncer de mama gBRCAmut localmente avançado ou metastático. Como parâmetros de eficácia, pacientes tratados com talazoparibe apresentaram maior mediana de sobrevida livre de progressão (mPFS) em detrimento do grupo com terapia padrão (8,6 vs. 5,6 meses, respectivamente; HR = 0,54; 95% CI: 0,41-0,71; p<0,001). Com relação à taxa de resposta objetiva, essa foi igualmente maior no tratamento com PARPi (62,6% vs. 27,2%; odds ratio = 5,0; 95% CI: 2.9-8.8; p<0,001). Tomando a avaliação de segurança pacientes tratados com talazoparibe apresentaram 55% de toxicidades graves, hematológicas – anemia, comparativamente a 38% do grupo tratado com quimioterapia padrão. Além das toxicidades hematológicas, demais toxicidades ficaram pareadas entre os grupos 32% vs.38%. Sustentado pelos resultados desse estudo clínico de fase III, talazoparibe foi aprovado pela ANVISA em maio de 2022 e está disponível para uso clínico.
Talazoparibe se apresenta como uma boa opção single-agent em pacientes com câncer de mama avançado gBRCAmut, oferecendo SLP prolongada, boa taxa de resposta objetiva, além de melhores desfechos reportados do ponto de vista dos pacientes, parâmetros que ressaltam a boa performance clínica desse medicamento.
Material destinado a profissionais habilitados a prescrever e dispensar medicamentos.
PP-TAL-BRA-0040
Referências:
Apoio educacional:
Bula e contraindicações: https://www.pfizer.com.br/bulas/talzenna
PfizerPRO: https://www.pfizerpro.com.br/medicamentos/talzenna
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.