Dados recentes da Sociedade Americana de Câncer afirmam que, de 1991 até hoje, a queda foi de 26%.
Conforme dados recentes publicados pela Sociedade Americana de Câncer (ACS), do ano de 1991 até hoje a taxa de morte por câncer caiu em 26%, o que significa 2.4 milhões de vidas salvas do câncer.
A taxa de mortalidade, que vem caindo, continua a ser uma tendência descendente da mortalidade por doença, que os especialistas da ACS atribuem a uma combinação de fatores. Uma das maiores forças por trás do declínio é uma redução no tabagismo, graças a campanhas de saúde pública que alertam sobre seus perigos e impostos sobre o tabaco que desencorajam as pessoas de manter o hábito. Enquanto o câncer de pulmão continua a ser uma das principais causas de morte por câncer, as taxas de mortalidade diminuíram 45% entre os homens de 1990 a 2015 e 19% entre as mulheres de 2002 a 2015.
Outras estratégias de prevenção – incluindo testes de triagem, como mamografias para câncer de mama, exames de sangue para câncer de próstata e colonoscopia para câncer de cólon – contribuem também para baixar as taxas de mortalidade. Os avanços no tratamento também desempenharam um papel importante na redução de novos diagnósticos de câncer, além de reduzir as mortes por doença.
Mas ultimamente, os estudos questionaram a eficácia de dois dos principais e mais populares métodos de diagnóstico precoce: a mamografia para detectar o câncer de mama e o teste de antígeno específico da próstata (PSA) baseado no sangue para detectar câncer de próstata. Alguns estudos não mostraram que esses testes quando feitos na população geral e sem sintomas foram associados a uma redução nas mortes por esses cânceres; Ao mesmo tempo, eles levaram a um aumento nos resultados falsos positivos que exigem testes adicionais que podem colocar mulheres e homens em risco de complicações e ansiedade sobre sua saúde.
Os dados levaram a Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA, um grupo independente de especialistas convocado pelo governo, a revisar as recomendações sobre mamografia e testes de PSA. Para a mamografia, a força-tarefa recomenda que as mulheres comecem a rastrear o câncer de mama aos 50 anos em vez de 40, e que elas repitam o teste a cada dois anos. No PSA, em 2012, o grupo inicialmente aconselhou os homens a ignorar o teste inteiramente se não tivessem fatores de risco para o câncer de próstata, mas em 2017 recomendou que os homens discutissem com seus médicos se eles deveriam fazer o teste de PSA ou não, deixando a definição para cada pessoa.
Ahmedin Jemal, vice-presidente de pesquisa de serviços de vigilância e saúde da ACS e autor principal do relatório, diz que os métodos de triagem precisam melhorar. “No futuro, precisamos descobrir como tornar os testes de triagem mais perfeitos ao detectar câncer ou lesões que, se não forem controladas ou não detectadas, cresceriam e avançariam e se tornariam letais”, diz ele.
O acesso ao diagnóstico, bem como ao tratamento também é importante, diz ele. O relatório descobriu que, enquanto as mortes por câncer continuam a cair, elas permanecem maiores entre as pessoas com baixos rendimentos e entre os afro-americanos. As taxas de mortalidade foram 14% maiores entre os negros do que entre os brancos em 2015.
No caso do Brasil, a situação aparenta ter peculiaridades que necessitam ser entendidas. Conforme afirmou o Dr. Carlos Barrios, onocologista e head do Instituto do Câncer do Hospital Mãe de Deus (RS), Porto Alegre poderá ser, já em 2018, a primeira grande cidade no Brasil onde o câncer vai superar a doença cardiovascular como causa de morte. Além disso, nos próximos 5 anos, estima-se que a doença irá se tornar a principal causa de morte no estado do Rio Grande do Sul. Expectativas recentemente apresentadas apontam para que em todo o Brasil o câncer seja a principal causa de morte em 2029.
“Se curam mais pessoas, porém a incidência da doença está aumentando, principalmente graças ao envelhecimento da população, uma vez que é na terceira idade que o câncer mais se manifesta.”
No caso do Brasil, apesar da melhora nas opções de tratamento e no acesso a elas, nas esferas público e privada, ainda há uma necessidade constante de que se invista em ações preventivas. Conforme o Dr. Barrios comentou, a solução para o aumento dos casos de câncer está na educação e prevenção, através da mudança de hábitos como alimentação, tabagismo, a prática de esportes, etc. É fundamental que a população aprenda a se preocupar com a doença antes que ela aconteça.
Dr. Carlos Barrios
Oncologista e gestor do Hospital do Câncer Mãe de Deus e Diretor do Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG).
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