Especialistas discutem, a partir de casos clínicos, quando o duplo bloqueio é útil em câncer de mama inicial HER2+
Em novo webinar, o Dr. José Bines, oncologista clínico do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e membro do Grupo Brasileiro Estudos Câncer de Mama (GBECAM), e a Dra. Renata Cangussu, médica oncologista especializada em tumores femininos na Rede D’or e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) – Regional Bahia, debateram sobre quando manter duplo bloqueio na terapia adjuvante após resposta completa em câncer de mama inicial HER2+.
O Dr. José Bines trouxe um caso clínico de uma paciente com câncer de mama inicial HER2+ que foi diagnosticada durante a gestação. O oncologista falou sobre os tratamentos disponíveis para essa população. A cirurgia é o único método que pode ser utilizado nos três trimestres da gravidez, enquanto a terapia hormonal e a molecular só devem ser adotadas após o nascimento da criança.
No caso apresentado, o especialista iniciou com AC neoadjuvante, seguiu com docetaxel, pertuzumabe e trastuzumabe e finalizou com cirurgia conservadora somada à pertuzumabe, trastuzumabe, agonista de LHRH, tamoxifeno e radioterapia.
“Existem dois estudos em andamento que talvez consigam responder melhor essa questão do bloqueio adjuvante, que tentam na verdade descalonar com quimioterapia seguido de bloqueio adjuvante. Tem o estudo europeu, e o americano COMPASS, que vão fazer um esquema enxuto de quimioterapia antes e depois e seguir com o duplo bloqueio. Talvez os resultados possam ajudar a gente a decidir realmente o que fazer, se enxugar a quimioterapia e seguir com duplo bloqueio para essas pacientes, que têm axila negativa, seja uma boa opção”, comenta a Dra. Renata Cangussu.
A oncologista trouxe outro caso, de uma paciente de 45 anos, diagnosticada com carcinoma ductal invasor da mama, grau 3, na pré-menopausa. Ela passou por radiologia com resposta completa e quadrantectomia com esvaziamento axilar nível 1 e 2.
“Talvez a gente, da oncologia, fique até mais confortável em descalonar essas pacientes, mas descalonar cirurgia é um pouco mais difícil. Os mastologistas provavelmente não ficarão tão confortáveis nesse momento ainda, de poupar esvaziamento axilar para essas pacientes, apesar de sabermos que a chance de esvaziar e não vir nada é muito grande. Precisamos de um pouco mais de tempo para eles se sentirem mais confortáveis de que não vai ser benéfico fazer uma cirurgia mais ampla para esse tipo de paciente”, relata a Dra. Renata.
“Abordamos alguns aspectos importantes no tratamento dessas pacientes: o foco na terapia neoadjuvante, algumas particularidades na primeira paciente por estar grávida, a avaliação da cirurgia como balizador da continuação da terapia. Acho que o caso exemplificou muito bem que isso independe da quantidade de doença residual e do status de HER2 ter se modificado no momento da cirurgia”, finaliza o Dr. Bines.
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