Terapia com células T modificadas mostra atividade limitada em tumores associados ao HPV - Oncologia Brasil

Terapia com células T modificadas mostra atividade limitada em tumores associados ao HPV

2 min. de leitura

A terapia com células T geneticamente modificadas vem revelando uma atividade antineoplásica promissora nos últimos anos, principalmente no tratamento de neoplasias hematológicas. A eficácia dessa estratégia para tumores epiteliais, no entanto, tem se mostrado limitada, devido, entre outros fatores, a uma dificuldade em se estabelecerem alvos antigênicos consistentes para a ação desses linfócitos. O papilomavírus humano (HPV) é associado à tumorigênese de vários carcinomas e leva à expressão das oncoproteínas E6 e E7, antígenos virais que não são encontrados em células saudáveis e que são, por esse motivo, potenciais alvos para receptores de células T (RCT).

Em edição recente, o Journal of Clinical Oncology traz uma nova publicação que avalia o uso dessa terapia em neoplasias sólidas associadas ao HPV (HPV+), utilizando-se de uma potencial alta afinidade de RCT por um epítopo do HPV16 E6 (E629-38). O trabalho de fase I/II testou o tratamento experimental em 12 pacientes com câncer HPV+ de diferentes sítios primários, refratários a diversas linhas de tratamento, e não foram observadas toxicidades limitantes do mesmo.

Dois pacientes apresentaram respostas objetivas ao tratamento, sendo os demais considerados como não respondedores. Uma paciente com metástases pulmonares apresentou regressão completa de uma das lesões e resposta parcial nas demais, tendo sido submetida a metastasectomia e permanecendo livre de doença 3 anos após o tratamento. Nos não respondedores, potenciais mecanismos de resistência aventados pelos pesquisadores perpassavam desde alterações em genes relacionados à função efetora das células T até perda de expressão de E6.

O estudo revela uma potencial atividade dessa estratégia em tumores HPV+, ao passo que também ressalta diversos possíveis obstáculos ao desenvolvimento do tratamento com células T modificadas nesse cenário, reforçando a necessidade de se identificarem mecanismos de resistência e biomarcadores de predição de resposta, bem como de que se continue a busca por maneiras de superar essa resistência. Veja os dados em detalhes aqui.

© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou tratamentos.

Veja mais informações em nosso Aviso Legal