Terapia de privação androgênica pode aumentar risco de Alzheimer em pacientes com câncer de próstata - Oncologia Brasil

Terapia de privação androgênica pode aumentar risco de Alzheimer em pacientes com câncer de próstata

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A terapia de privação androgênica (em inglês, androgen deprivation therapy [ADT]) é a base do tratamento sistêmico do câncer de próstata. Com o surgimento de novas medicações, os pacientes com essa neoplasia têm vivido mais, o que faz com que haja uma crescente necessidade de se conhecerem os efeitos deletérios de longo prazo da ADT.

Um importante estudo publicado no JAMA Netw Open buscou avaliar uma potencial associação entre o uso de ADT e o desenvolvimento de doença de Alzheimer ou demência. Para isso, os pesquisadores se utilizaram de dados de mais de 154 mil pacientes, diagnosticados com câncer de próstata entre 1996 e 2003, dos quais 62.330 receberam ADT. As médias de idade foram de 76 vs. 74,3 anos, para os pacientes que receberam e para os que não usaram ADT, respectivamente.

A exposição à ADT correlacionou-se significativamente ao diagnóstico de doença de Alzheimer (13,1% vs. 9,4%; HR 1,14; p < 0,001) e de demência (21,6% vs. 15,8%; HR 1,20; p < 0,001). O risco, nos dois casos, foi proporcional ao número de doses de ADT: no caso de Alzheimer, HR 1,19 para 1-4 doses e 1,28 para 5-8 doses.

Após os resultados desse estudo, os autores sugerem que é preciso ponderar de maneira individualizada a prescrição de ADT por longos períodos de tempo, em pacientes idosos com câncer de próstata, bem como estratificar melhor esses pacientes ao diagnóstico quanto ao risco de desenvolvimento de demência.

Os achados dessa pesquisa podem ser lidos na íntegra aqui.