Os primeiros dados do estudo de fase II NeoCombi (NCT01972347) sugerem que essa terapia pode ser útil e melhorar os desfechos de sobrevida dos pacientes com melanoma com mutação BRAFV600 estádios IIIB-D ou IV ressecável
Durante o 10º Congresso Mundial de Melanoma em conjunto com o 17º Congresso EADO (European Association of Dermato-Oncology), realizado entre os dias 15 e 17 de abril de 2021, foi apresentado um estudo que avaliou a eficácia da terapia–alvo neoadjuvante para melanoma com mutação BRAFV600 estadios IIIB-D ou IV ressecável em uma perspectiva de mundo real.
Os pacientes receberam a dose padrão de BRAFi/MEKi por pelo menos 12 semanas antes da ressecção e, em seguida, continuaram a terapia–alvo por pelo menos 40 semanas como manutenção. Os pacientes foram acompanhados até recidiva ou óbito no corte de dados em 28 de fevereiro de 2021.
Resultados
Ao todo, 29 pacientes foram inscritos, sendo que 23 receberam tratamento com dabrafenibe + trametinibe, três com vemurafenibe + cobimetinibe e três com vemurafenibe em monoterapia. A mediana de tempo de tratamento com BRAFi/MEKi antes da cirurgia foi de 16 semanas. Todos os pacientes foram submetidos à cirurgia, com taxa de ressecção R0 de 76%.
Observou-se que oito indivíduos obtiveram resposta patológica completa, enquanto apenas um não respondeu ao tratamento. Em pacientes cujos espécimes apresentaram menos de 10% de células viáveis no tumor, a sobrevida livre de progressão pós-cirurgia foi significativamente mais longa (HR 6,22; IC 95% 1,84 – 21,05; p = 0,00332).
Nenhum paciente interrompeu o BRAFi/MEKi devido à toxicidade, retirada do consentimento ou progressão durante o período de tratamento neoadjuvante. A frequência de complicações cirúrgicas precoces e tardias foi consistente com as relatadas em pacientes tratados com cirurgia upfront com o mesmo estadio de melanoma.
O tempo médio até o final da terapia–alvo foi de 60 semanas, incluindo um período perioperatório de três semanas sem terapia. Apenas um paciente desenvolveu recorrência local após a cirurgia, 14 apresentaram progressão de doença e 10 foram subsequentemente tratados com imunoterapia (anti-PD1: 7 indivíduos; anti-CTLA4: 3 pacientes) para melanoma metastático. Nenhuma morte relacionada ao tratamento foi relatada.
Os autores concluem que a terapia–alvo neoadjuvante tem uma alta taxa de resposta patológica em pacientes com melanoma estadio III e IV ressecáveis. A combinação BRAFi/MEKi é um regime eficaz e seguro no tratamento perioperatório do melanoma.
Referências:
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.