Estudo comparou a performance de LuPSMA em detrimento do cabazitaxel em pacientes com mCRPC não respondedores ao docetaxel. LuPSMA demonstrou melhores taxas de resposta, menor taxa de toxicidades graves e igual sobrevida global
O câncer de próstata resistente à castração metastático (mCRPC) é um tipo tumoral incurável cujos tratamentos atualmente buscam prolongar a sobrevida global (SG) dos pacientes através do uso, por exemplo, de docetaxel. No entanto, diante da progressão, o cabazitaxel demonstra ser capaz de aumentar a sobrevida nessa parcela de não respondedores. Busca-se, ainda, abordagens terapêuticas que sejam mais eficazes e seguras do que o cabazitaxel, dentre elas a utilização de lutécio (Lutetium-177 – LuPSMA), molécula capaz de carregar altas doses de radiação β de maneira tumor-específica mediante o antígeno PSMA (prostate specific membran antigen), de modo a garantir entrega direta da radiação ao sítio tumoral minimizando danos tissulares adjacentes¹.
Nesse sentido, o estudo clínico TheraP busca comparar dois braços de tratamentos pós-progressão em uso de docetaxel: LuPSMA vs. cabazitaxel. Anteriormente, nesse mesmo estudo, o uso de [¹⁷⁷Lu]-PSMA demonstrou aumento significativo na taxa de resposta antígeno-prostático específico (66% vs. 37%), bem como na taxa de resposta conforme RECIST (49% vs. 24%) além do aumento da sobrevida livre de progressão (HR: 0,63) e menor taxa de toxicidade graves (grau 3 e 4) (33% vs. 53%), demonstrando tanto a maior eficácia quanto maior segurança de LuPSMA em detrimento de cabazitaxel em pacientes com mCRPC não respondedores ao docetaxel.
Apresentando na ASCO 2022, Hofman e colaboradores² discutem os resultados de sobrevida global após 36 meses de seguimento avaliada por meio da média de sobrevida restrita ao tempo (restricted mean survival time – RMST). Foram elegíveis para o estudo pacientes com mCRPC que progrediram após terapia com docetaxel, com alta expressão de PSMA e sem doença discordante. Dos 200 pacientes incluídos, 99 receberam LuPSMA (8,5-6GBq a cada 6 semanas por no máximo 6 ciclos) e 101 receberam cabazitaxel (20mg/kg a cada 3 semanas por no máximo 20 ciclos), desses, ao longo do seguimento apresentado, 77 e 70 pacientes, respectivamente, foram a óbito. A SG foi similar entre os grupos com RMST de 19,1 vs. 19,6 meses e intervalo de confiança de 95% variando de -3,7 a + 2,7. Dentre os pacientes com doença discordante (n=61) excluídos antes da randomização, o RMST foi de 11 meses.
De modo geral, o uso de LuPSMA em pacientes com mCRPC não respondedores à terapia inicial com docetaxel demonstrou boa performance com relação ao cabazitaxel ao oferecer menores taxas de toxicidade e maiores taxas de resposta, além da melhora de desfechos reportados pelos pacientes. Na atualização dos resultados após 3 anos de seguimento, o LuPSMA demostrou taxas de SG semelhantes ao cabazitaxel o que conjuntamente aos benefícios previamente apresentados configuram essa abordagem como interessante, principalmente, em coortes de pacientes com alta expressão de PMSA e sem doença discordante.
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