Neste vídeo, Dr. José Augusto Rinck, Médico Oncologista do A.C. Camargo Center, comenta os dados positivos de tolerabilidade e resposta da droga apresentados durante o Congresso Mundial da ASCO 2021
Durante o Congresso Mundial da ASCO 2021, foi apresentada uma análise de segurança e incidência de fraturas em pacientes que receberam agente de proteção óssea (ácido zoledrônico ou denosumabe) no PEACE III (NCT02194842), um ensaio clínico de fase III, aberto e randomizado que comparou enzalutamida mais Rádio 223 versus enzalutamida em pacientes assintomáticos ou levemente sintomáticos com câncer de próstata não-metastático resistente à castração (mCPRC).
Pacientes com nmCPRC (N = 1509) foram randomizados na proporção 2:1 para darolutamida ou placebo associados a terapia de privação androgênica. O ensaio ARAMIS foi duplo-cego, mas o cegamento foi aberto após a análise primária, quando os pacientes do grupo placebo poderia receber darolutamida de forma aberta. A tolerabilidade foi avaliada a cada 16 semanas.
Os resultados demonstram que a darolutamida permaneceu bem tolerada com o tratamento prolongado na dose recomendada de 600 mg duas vezes ao dia, com 98,8% dos participantes recebendo a dose cheia planejada, aumentando a probabilidade de benefício clínico para o controle eficaz da doença (através do declínio do PSA) e de sobrevida prolongada.
Os dados são corroborados com a apresentação do ODENZA (NCT03314324), um estudo de fase 2, prospectivo, randomizado, aberto, multicêntrico e de crossover que avaliou a preferência entre darolutamida e enzalutamida em homens com câncer de próstata metastático resistente à castração (mCPRC) assintomáticos ou levemente sintomáticos.
Os pacientes foram randomizados na proporção 1:1 para receber darolutamida 1200 mg/dia por 12 semanas, seguidos de enzalutamida 160 mg/dia por 12 semanas (braço Daro-Enza) ou a sequência reversa (braço Enza-Daro). O desfecho primário foi a preferência do paciente entre os dois medicamentos, conforme avaliado por um questionário na semana 24. Os desfechos secundários incluíram razões de preferência, resposta na semana 12, avaliação cognitiva e toxicidade.
Ao todo, 200 preencheram os critérios pré-planejados para avaliação do desfecho primário de preferência, em que 97 (48,5%), 80 (40,0%) e 23 (11,5%) escolheram, respectivamente, darolutamida, enzalutamida e não tiveram preferência (p = 0,92).
Embora não estatisticamente significativos, os fatores mais comuns que influenciaram a preferência do paciente para darolutamida em relação a enzalutamida foram: menos fadiga (44% vs 29%), facilidade de tomar a medicação (37% vs 31%), melhor qualidade de vida (36% vs 28%), capacidade de ser mais ativo (26% vs 15%), capacidade de concentração (22% vs 15%) e menos quedas (6% vs 3%).
Os autores concluem que mais pacientes com mCPRC inicial preferiram darolutamida ao invés de enzalutamida, porém a diferença não alcançou significância estatística, sendo a fadiga o principal fator de influência.
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