Com exames cada vez menos invasivos e mais acessíveis ao alcance dos pacientes, a relevância do toque retal no estadiamento do câncer de próstata vem sendo muito questionada nos últimos anos, mesmo sendo um método simples e de baixo custo. Um estudo recém-publicado no Journal of the National Comprehensive Cancer Network avaliou o potencial prognóstico do exame de toque retal nas neoplasias de próstata T2 (cT2) e da subclassificação clínica de acordo com o envolvimento de até metade de um lobo prostático (cT2a), de mais da metade de um único lobo (cT2b) ou de ambos os lobos (cT2c), com base em dados do National Cancer Database.
Um total de 5291 homens com tumores de próstata T2N0M0 foram incluídos na análise retrospectiva, com mediana de seguimento de 5,4 anos. Esses pacientes haviam sido previamente submetidos a radioterapia e terapia de privação androgênica (ADT), com ou sem cirurgia, entre 2004 e 2010. A coorte era predominantemente composta por indivíduos com doença de alto risco, com mais de 80% dos tumores apresentando Gleason > 7 e 76,8% dos casos com PSA > 20 ng/mL, sendo que o valor de PSA se mostrou significativamente maior quanto mais alta era a subclassificação de cT2 (p < 0,001).
A publicação trouxe importantes conclusões a respeito do valor prognóstico do toque real, uma vez que em pacientes com tumores cT2a, cT2b e cT2c diferenças estatisticamente significativas foram evidenciadas na razão de risco relacionada à sobrevida (1,00 [referência]; HR 1,25 para cT2b [p = 0,0046] e 1,43 para cT2c [p < 0,0001]). As diferenças se refletiram em um maior risco de morte para cada incremento nas subcategorias cT2, mesmo em análise multivariada, independentemente de outras variáveis prognósticas avaliadas.
O trabalho sugere que a classificação clínica, que pode ser obtida pelo toque retal, ainda tem papel relevante na avaliação e no prognóstico de pacientes com neoplasias de próstata e deve ser considerada como ferramenta útil para o manejo desses indivíduos. Saiba mais aqui.
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