Neste vídeo, Dr. Carlos dos Anjos, Oncologista Clínico do Hospital Sírio-Libanês, comenta sobre pacientes com câncer de mama HER2+ com metástase em SNC, abordando as opções de tratamento disponíveis
Pacientes com metástases cerebrais de câncer de mama HER2+ representam uma população difícil de tratar. Metástases em SNC são um acometimento frequente neste grupo de pacientes, e o desenvolvimento destas metástases aumenta ao longo do tempo desde o aparecimento da doença, podendo atingir até 50% das pacientes com metástases sistêmicas.
As opções de tratamento para o manejo dessas pacientes eram limitadas ao tratamento sistêmico, sendo utilizado principalmente o duplo bloqueio com trastuzumabe e pertuzumabe em primeira linha, TDM1 em segunda linha, inibidores de tirosina-quinases (TKIs), como lapatinibe combinado à capecitabina, após a progressão. Neste contexto, uma análise exploratória do estudo clínico KAMILLA, descreveu a segurança e eficácia de T-DM1 em pacientes com e sem metástases cerebrais no início do tratamento. Esta análise demonstrou uma redução ≥ 30% na soma dos principais diâmetros das metástases cerebrais em 42,9% das pacientes incluídas na análise. A mediana de sobrevida livre de progressão foi de 5,5 meses, e de 18,9 meses para sobrevida global.
Recentemente, a molécula trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) vem ganhando muito espaço no tratamento de pacientes com câncer de mama HER2+ metastático, e alguns dados começam a surgir em termos de pacientes com metástases em SNC. Neste sentido, o estudo DESTINYbreast01 já demonstrou a atividade do T-DXd em pacientes com doença metastática HER2+. Neste estudo, 24 das pacientes possuíam metástases cranianas, tendo recebido tratamento prévio. Este grupo apresentou o mesmo benefício das pacientes sem metástases cranianas, com prolongada SLP, em torno de 18 meses, e alta taxa de resposta extracraniana. Entretanto, a partir deste estudo não foi possível determinar a atividade IC do T-DXd, sendo que as pacientes já haviam recebido tratamento prévio.
Durante o Congresso ESMO 2021, foram apresentados os dados do estudo DESTINYbreast03, que avaliou em segunda linha de tratamento, pós-progressão, o uso de T-DXd vs T-DM1 em pacientes com câncer de mama HER2+ metastático. Dos pacientes recrutados neste estudo, 114 apresentavam metástases cerebrais previamente tratadas e controladas.
DESTINYbreast03 demonstrou uma clara superioridade do T-DXd em relação ao T-DM1, sendo que SLP mediana para T-DXd não foi alcançada (18.5 – NE) e para T-DM1 foi de 6.8 meses (5.6 – 8.2). Além disso, este estudo também demonstrou um claro benefício do T-DXd na análise do subgrupo de pacientes com metástases cerebrais. Neste subgrupo, a SLP foi de 15.0 meses (12.6 – 22.2) para T-DXd vs 5.7 (2.9 – 7.1) para T-DM1 (HR 0.3796; 0.2267-0.6357).
Para mais informações sobre o panorama de tratamento de pacientes com câncer de mama HER2+ e metástases cerebrais, além das mais recentes atualizações neste cenário, assista o vídeo.
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