Pembrolizumabe apresentou atividade antitumoral robusta, com respostas sustentadas e segurança administrável neste cenário, dizem os autores do estudo
Os resultados do estudo prospectivo CARSKIN, publicado recentemente no Journal of Clinical Oncology, mostraram que a monoterapia com pembrolizumabe de primeira linha para pacientes com carcinoma de células escamosas cutâneo irressecável trouxe eficácia e respostas duráveis.
CARSKIN é um estudo francês multicêntrico e de fase II que recrutou 39 pacientes entre março de 2017 e setembro de 2018 para receber 200 mg de pembrolizumabe a cada 3 semanas por um período ≤ 24 meses, até a progressão da doença ou toxicidade inaceitável.
O desfecho primário foi taxa de resposta objetiva na semana 15 na coorte primária. Uma coorte de expansão de 18 pacientes foi adicionada para avaliar a diferença da taxa de resposta objetiva entre pacientes PD-L1 positivos e PD-L1 negativos na semana 15.
Na coorte primária, a resposta objetiva na semana 15 foi observada em um total de 15 pacientes (41%), incluindo 13 respostas parciais e 3 respostas completas. A taxa de controle da doença em 15 semanas foi de 54%. As melhores respostas foram 8 respostas parciais e 8 completas.
O tempo médio de resposta foi de 9 semanas (variação de 8–15 semanas). O tempo médio para completar a resposta foi de 24 semanas (variação de 8–71 semanas). Após um acompanhamento médio de 22,4 meses, a duração mediana da resposta não foi alcançada e nenhum dos 16 respondedores experimentou progressão da doença subsequente. A probabilidade de manter a resposta na semana 48 foi de 93%.
A mediana de sobrevida livre de progressão foi de 6,7 meses (IC 95% = 15 semanas – não alcançada). A sobrevida global mediana foi de 25,3 meses (IC 95% = 14,2 meses – não alcançada), com taxas estimadas em 6 e 12 meses de 81,3% e 75,5%.
Entre todos os 57 pacientes, a resposta objetiva na semana 15 foi observada em 24 pacientes (42%), com uma taxa de controle da doença de 60%. A resposta objetiva foi observada em 55% de 42 pacientes PD-L1 positivo versus 17% de 12 pacientes PD-L1 negativo (P = 0,02).
Eventos adversos relacionados ao tratamento de qualquer grau ocorreram em 71% dos pacientes, sendo os mais comuns fadiga (18%), diarreia (13%), hipotireoidismo (13%), prurido (11%) e erupção eczematosa (11%). Eventos adversos relacionados ao tratamento de grau ≥ 3 ocorreram em 7% dos pacientes e consistiram em diarreia, colite, colestase, vasculite cutânea. Os eventos adversos relacionados ao tratamento levaram à descontinuação do tratamento em 6 pacientes. Os eventos adversos levaram à morte em dois pacientes e as causas foram hiperprogressão do carcinoma espinocelular cutâneo e câncer de novo de cabeça e pescoço.
Os pesquisadores concluíram que a monoterapia com pembrolizumabe em primeira linha exibiu atividade promissora no carcinoma de células escamosas cutâneo, com respostas duráveis e segurança. A positividade de PD-L1 parece predizer a eficácia de pembrolizumabe.
Referências:
Maubec E, Boubaya M, Petrow P, Beylot-Barry M, Basset-Seguin N, Deschamps L, Grob JJ, Dréno B, Scheer-Senyarich I, Bloch-Queyrat C, Leccia MT. Phase II Study of Pembrolizumab As First-Line, Single-Drug Therapy for Patients With Unresectable Cutaneous Squamous Cell Carcinomas. Journal of Clinical Oncology. 2020 Jul:JCO-19.
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.