Tratamento de segunda linha em CPNPC - Oncologia Brasil

Tratamento de segunda linha em CPNPC

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Neste vídeo, Dr. Marcelo Corassa (CRM: 153651-SP), Oncologista Clínico do A.C.Camargo Cancer Center, discute neste vídeo sobre os tratamentos de segunda linha para câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC)

O câncer de pulmão pode ser classificado em carcinomas escamosos ou carcinomas não escamosos,  com ou sem mutações driver. Para os pacientes que não possuem mutações drivers, a imunoterapia é a opção de escolha na primeira linha, a depender do status de PD-L1. Entretanto, muitos pacientes acabam progredindo o tratamento de primeira linha, e é necessário decidir os melhores esquemas de tratamento de segunda linha, pensando na sobrevida e qualidade de vida do paciente.  

Neste sentido, o estudo clínico REVEL traz uma alternativa para os pacientes que progrediram a primeira linha de tratamento, a partir da associação de taxanos com antiangiogenicos. Uma das características do câncer é a angiogênese, a formação em várias etapas de novos capilares e vasos sanguíneos. O bloqueio da sinalização do VEGFR-2 inibe a formação, proliferação e migração de novos vasos sanguíneos. Ramucirumabe é um anticorpo monoclonal IgG1 totalmente humano que se liga especificamente ao domínio extracelular VEGFR-2 com alta afinidade, evitando a ligação de todos os ligantes VEGF e a ativação do receptor.  

O estudo REVEL foi um ensaio clínico multicêntrico, duplo-cego, randomizado de fase 3, que recrutou pacientes com CPNPC escamoso ou não escamoso que haviam progredido durante ou após um regime de quimioterapia à base de platina de primeira linha. Os pacientes foram randomizados 1:1 para docetaxel e ramucirumabe versus docetaxel e placebo. O desfecho primário foi a sobrevida global em todos os pacientes alocados para tratamento. 

Apesar deste estudo não ter apresentado um ganho de sobrevida tão robusto,  a sobrevida global mediana foi de 10,5 meses (IQR 5,1–21,2) para o grupo ramucirumabe mais docetaxel e 9,1 meses (4,2–18,0) para o grupo placebo (HR 0,86, IC 95% 0,75−0,98; p = 0,023). Dr. Corassa ressalta que, apesar dos resultados não terem sido tão robustos, o uso do antiangiogênico pode ser muito benéfico para alguns grupos específicos de pacientes. Para os comentários e análise do especialista, assista o vídeo. 


Referências: 

Garon EB, et al., Ramucirumab plus docetaxel versus placebo plus docetaxel for second-line treatment of stage IV non-small-cell lung cancer after disease progression on platinum-based therapy (REVEL): a multicentre, double-blind, randomised phase 3 trial. Lancet. 2014 Aug 23;384(9944):665-73. doi: 10.1016/S0140-6736(14)60845-X. Epub 2014 Jun 2. PMID: 24933332. 

 

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