Atualização do estudo demonstra que o regime de 9 semanas não apresenta inferioridade com relação ao de 1 ano, obtendo resultados de sobrevida livre de doença e sobrevida global similares
Cerca de 20% dos tumores de mama apresentam superexpressão do gene HER2, o que torna a administração do anticorpo monoclonal anti-HER2 uma opção terapêutica para essas pacientes. Apesar de inúmeros estudos clínicos demonstrando a eficácia desse fármaco, sobretudo em uso prolongado, atenção o desenvolvimento de eventos cardíacos é necessário. Esses aspectos sustentam o racional clínico do estudo clínico de fase III ShortHER.
O clinical trial compreende um estudo clínico de não inferioridade que comparou dois braços, sendo um braço com trastuzumabe adjuvante em 9 semanas + quimioterapia (short arm, n=627) e outro com quimioterapia e trastuzumabe por período de 1 ano (long arm, n=627). Em seu update final, o endpoint primário avaliado, sobrevida livre de doença (SLD), indicou a impossibilidade de se afirmar a não inferioridade, devido um hazard ratio de 1,13 (90% CI: 0,89-1,42). Em seu update de 10 anos, foram reportados o coprimary endpoint, sobrevida global (SG) além de updates da SLD e desfechos de acordo com status do receptor hormonal, idade e status linfonodal.
Nessa análise de 10 anos, a SLD em 10 anos foi de 77% vs. 78% (long vs. short arm), ao passo que a SG em 10 anos foi de 89% vs 88%, respectivamente. Quando avaliadas pelo status linfonodal (N), observa-se que apenas pacientes com N4+ apresentaram benefício claro com a administração duradoura de trastuzumabe, tanto avaliando SLD (63% vs. 53%) quanto SG (84% vs. 64%), sendo os demais status N0-N3 similares entre os braços.
Os resultados apresentados sugerem que os a administração de trastuzumabe em 9 semanas não pode ser considerada inferior ao regime de 1 ano para uma subpopulação. Assim, esses achados permitem, sobretudo, facilitar o acesso ao tratamento, dado o alto custo em se tratar todas as pacientes com trastuzumabe por um período de 1 ano.
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