Uso de ácido zoledrônico e letrozol aumenta sobrevida livre de doença em adjuvância de câncer de mama na pré-menopausa - Oncologia Brasil

Uso de ácido zoledrônico e letrozol aumenta sobrevida livre de doença em adjuvância de câncer de mama na pré-menopausa

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Um novo estudo indica potencial melhora em sobrevida livre de doença (SLD) com uso de ácido zoledrônico (AZ) associado a terapia hormonal com letrozol, para pacientes em pré-menopausa, em uso de supressão ovariana. Os resultados foram apresentados na ESMO 2018, que está sendo realizada em Munique na Alemanha, de 19 a 23 de Outubro. O estudo de fase III HOBOE-2 (Hormonal BOne Effects-2) incluiu 1065 pacientes com câncer de mama RH+, com última menstruação há menos de um ano da randomização. As pacientes foram tratadas com supressão ovariana por 5 anos até a idade de 55 anos e 63% receberam quimioterapia antes da randomização.

As pacientes foram randomizadas para 5 anos de tamoxifeno (T) 20 mg/dia ou letrozol 2,5 mg/dia ou ainda a combinação de letrozol e AZ 4 mg IV a cada 6 meses. As pacientes que receberam AZ e letrozol tiveram um ganho absoluto de 8% na SLD em 5 anos em comparação ao grupo de T. O risco de recorrência ou de morte não associada ao câncer caiu pela metade no braço da combinação em relação àquelas tratadas com T (HR 0,52; IC 95% 0,34-0,80, p=0,003). O benefício da combinação se manteve em todos os subgrupos, à exceção daquele com tumores HER2+, no qual o tamoxifeno gerou maior benefício. Não houve diferença significativa de SLD nas comparações de letrozol com T ou da combinação com letrozol isolado. Os efeitos adversos foram mais frequentes no grupo da combinação e houve 4 casos de osteonecrose de mandíbula nas pacientes que usaram AZ.

O benefício de adição de AZ à terapia hormonal já havia sido demonstrado na adjuvância de câncer de mama RH+ em mulheres na pós-menopausa, mas o benefício na população pré-menopausa não era tão evidente previamente. Sugere-se, com esses dados, maior ganho em sobrevida para mulheres com câncer de mama RH+ com alto risco de recorrência e potencial adoção dessa combinação como terapia padrão, se novos dados mais robustos comprovarem esse benefício.

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