Uso de durvalumabe + quimioterapia no tratamento de primeira linha do câncer avançado do trato biliar - Oncologia Brasil

Uso de durvalumabe + quimioterapia no tratamento de primeira linha do câncer avançado do trato biliar

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TOPAZ-1 é o primeiro estudo global de fase III que avalia a imunoterapia de primeira linha para pacientes com câncer avançado do trato biliar 

Este estudo de fase 3, duplo cego e randomizado, apresenta grande relevância, pois o carcinoma avançado do trato biliar é considerado raro, e atualmente, possui prognóstico ruim. Além disso, agentes únicos, mesmo em configurações avançadas, têm pouca eficiência no tratamento dessa enfermidade. Diante desses fatos, foram observados os efeitos de gencitabina e cisplatina combinados ao durvalumabe. 

Participaram desse estudo 685 pessoas, com idade mediana de 64 anos e que não poderiam ter passado por tratamento prévio. Os participantes foram randomizados na taxa de 1:1, de acordo com o estado da doença e localização do tumor primário, sendo 50,4% mulheres no primeiro grupo e 48,8 % no grupo controle. Foram ministrados placebo ou durvalumabe combinado com gencitabina e cisplatina em 8 ciclos, seguidos de nova dose de durvalumabe ou placebo a cada 4 semanas. 

Dentre os principais objetivos do estudo estava a avaliação de sobrevida global, que foi registrada com uma média de 12,8 meses no grupo medicado com durvalumabe e 11,5 meses para aqueles que receberam placebo (razão de risco [HR], 0.80; IC 95%, 0.66–0.97; p=0.021). Para o grupo tratado com durvalumabe também houve o aumento da sobrevida livre de progressão, que obteve uma mediana de 7,2 meses versus 5,7 meses para o grupo placebo (HR, 0.75; IC 95%, 0.64–0.89; p=0.001). A taxa de reposta objetiva foi de 26,7% versus 18,7% para o grupo do durvalumabe e placebo, respectivamente. No que tange à segurança, os efeitos adversos relacionados ao tratamento foram semelhantes: 62,7% dos pacientes que receberam durvalumabe apresentaram efeitos colaterais, versus 64,9% dos que tomaram placebo. Ainda foram observados os efeitos colaterais relacionados ao tratamento que levaram à morte, sendo 0,6% para durvalumabe e 0,3% para o placebo. 

Assim, este estudo demonstrou promissora atividade imune antirumoral do combinado de gencitabina, cisplatina e durvalumabe para pacientes com câncer avançado do trato biliar, além de comprovar os níveis gerenciáveis de segurança deste esquema de tratamento. Estes dados indicam que tal conduta de tratamento pode ser o novo regime padrão de tratamento para este grupo, portadores da doença. 

 

Referências: 

Do – Youn Oh, et al., A phase 3 randomized, double-blind, placebo-controlled study of durvalumab in combination with gemcitabine plus cisplatin (GemCis) in patients (pts) with advanced biliary tract cancer (BTC): TOPAZ-1. ASCO- American Society of clinical oncology .  DOI10.1200/JCO.2022.40.4_suppl.378.