Uso de talazoparibe no câncer de próstata resistente a castração metastática - Oncologia Brasil

Uso de talazoparibe no câncer de próstata resistente a castração metastática

2 min. de leitura

talazoparibe é um inibidor da PARP que apresenta atividade antitumoral significativa em pacientes com mutações em genes de reparo em recombinação homologa

As enzimas de poli (ADP-ribose) polimerase (PARP) PARP1 e PARP2 são componentes-chave do mecanismo de resposta a danos no DNA (DDR). Os inibidores de PARP atuam nas células cancerosas através do mecanismo de letalidade sintética, no qual a deficiência na função de um gene ou produto gênico tem pouco efeito sozinho, mas é tóxico em combinação com a deficiência na função de um segundo gene ou produto gênico. A inibição de PARP é sinteticamente letal em células com deleções homozigóticas ou alterações deletérias, ou ambos, em genes DDR envolvidos direta ou indiretamente no reparo de recombinação homóloga (HRR). Mutações na linhagem germinativa ou somática de genes envolvidos em DDR ocorrem em 23–27% dos homens com câncer de próstata, e estão associadas a piores desfechos.  

TALAPRO-1, um estudo aberto de fase II, abordou o papel do talozoparibe no câncer de próstata resistente a castração metastática (CPRCm) com alterações genéticas nos genes envolvidos em DDR-HRR. Os pacientes incluídos tinham, além do diagnóstico de adenocarcinoma de próstata resistente à castração, alterações genéticas sensíveis a atuação de inibidores da PARP, tais como ATM, ATR, BRCA1, BRCA2, CHEK2, FANCA, MLH1, MRE11A, NBN, PALB2, RAD51C. 

127 pacientes receberam ao menos uma dose de talazoparibe (0,75 – 1mg por dia); os pacientes foram acompanhados por uma média de 16,4 meses (IC 95%; 11,1- 22,1), a taxa de resposta objetiva foi de 29,8% (31/104 pacientes; IC 95% 21,2 – 39,6). Os eventos adversos mais comuns foram anemia (31%), trombocitopenia (9%) e neutropenia (8%).  

Desse modo, foi concluído que o talazoparibe apresenta atividade antitumoral significativa em pacientes com CPRCm associado a alterações genéticas em genes de reparo. Estudos mais densos e de método e acompanhamento mais complexos são validos na medida em que a eficácia e aplicabilidade da droga é promissora. 

Referências: 

de Bono JS, et al., Talazoparib monotherapy in metastatic castration-resistant prostate cancer with DNA repair alterations (TALAPRO-1): an open-label, phase 2 trial. Lancet Oncol. 2021 Sep;22(9):1250-1264. doi: 10.1016/S1470-2045(21)00376-4. Epub 2021 Aug 10. PMID: 34388386.  

© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou tratamentos.

Veja mais informações em nosso Aviso Legal