Uso do novo peptídeo BT8009 no câncer urotelial - Oncologia Brasil

Uso do novo peptídeo BT8009 no câncer urotelial

2 min. de leitura

Neste estudo apresentado na Reunião Anual do AACR 2022 foram avaliados os perfis de segurança e tolerabilidade na administração do peptídeo BT8009 em pacientes com câncer urotelial

O BT8009 é um Bicycle® Toxin Conjugate (BTC™), uma nova classe de moléculas sintetizadas quimicamente que se constitui de um peptídeo bicíclico direcionado ao antígeno tumoral nectina-4, ligado a citotoxina (monometil auristatina E [MMAE]) por meio de uma valina-citrulina (val-cit) ligante clivável. Devido ao seu tamanho, os BTCs representam uma classe terapêutica única, aliando a farmacologia normalmente associada a um biológico com as propriedades farmacocinéticas de uma pequena molécula. No estudo, os resultados preliminares do escalonamento de dose em regime de monoterapia do ensaio clínico multicêntrico de fase I/II em andamento (NCT04561362) que avalia a segurança e tolerabilidade da administração de BT8009 em pacientes com tumores sólidos avançados associados à expressão de nectina-4, que não foram tratados previamente com enfortumabe + vedotina foram apresentados.  

Os pacientes incluídos no estudo foram tratados até a progressão da doença ou toxicidade intolerável, com avaliações de tumor para resposta pelo critério RECIST que foram realizadas a cada dois meses. Os níveis de expressão de nectina-4 foram medidos no tecido tumoral. Cerca de trinta e quatro pacientes foram tratados com o peptídeo semanalmente, sendo 7 pacientes a 2,5 mg/m2, 20 pacientes a 5,0 mg/m2 e 4 pacientes a 7,5 mg/m2 ou com BT8009 quinzenalmente para 3 pacientes a 7,5 mg/m2. Os dados demográficos iniciais apontavam que 62% dos pacientes eram do sexo masculino, 44% eram ECOG 0 e 56% ECOG 1, já a mediana de idade foi de 65,5 anos. Além disso, o BT8009 apresentou uma farmacocinética linear. 

Os eventos adversos mais comuns relacionados ao tratamento foram náusea, fadiga, anorexia, constipação e anemia. Até o momento, o medicamento tem demonstrado baixa incidência de distúrbios oculares (3%), hiperglicemia (6%), neuropatia (6%) e erupção cutânea (18%). Houve apenas 1 toxicidade limitante de dose (astenia G3) relatada na dose de 7,5 mg/m no regime de dose semanal. Eventos adversos emergentes do tratamento que resultaram em descontinuação do tratamento, interrupção da dose ou reduções foram observados em 2 pacientes, 11 pacientes e 5 pacientes, respectivamente nas doses correspondentes.   

Respostas preliminares observadas em pacientes com carcinoma urotelial (CU) inscritos na coorte da dose de 5 mg/m mostrou 4 de 8 pacientes com resposta completa (RC) ou parcial (PR), incluindo 1 de 8 pacientes com RC e 3 de 8 pacientes com PR e 2 de 8 pacientes (25%) com doença estável (SD), o que reflete uma taxa de resposta geral de 50% e uma taxa de controle da doença de 75% em pacientes com CU para esta coorte. O peptídeo BT8009 exibe um perfil de tolerabilidade preliminar promissor, assim como uma atividade antitumoral preliminar. Maiores detalhes e dados relacionados a essa molécula serão investigados no atual estudo de aumento de dose/expansão de dose da monoterapia com BT8009 e em combinação com nivolumabe. 

Referências: 

  1. BT8009-100 phase I/II study of novel bi-cyclic peptide and MMAE conjugate BT8009 in patients with advanced malignancies associated with nectin-4 expression ( https://www.abstractsonline.com/pp8/#!/10517/presentation/20163 ). 

© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou tratamentos.

Veja mais informações em nosso Aviso Legal