[VÍDEO] – Eventos adversos tardios após tratamento com CAR T-Cell anti-CD19

Dra. Ana Cordeiro, médica visitante do Fred Hutchinson Cancer Research Center, Seattle, aborda um tema de destaque no ASH 2018: eventos adversos tardios após tratamento com CAR T-Cell antiCD19. Ela é coautora de um trabalho desenvolvido em Seattle e apresentado no ASH 2018. Foram selecionados pacientes com linfoma não Hodgkin e leucemia linfocítica crônica (LLC) que foram tratados em ensaio clínico fase 1 (barra) 2 no Fred Hutchinson Cancer Research Center, Seattle, Estados Unidos, e que tinham sobrevivido pelo menos um ano após o recebimento do tratamento.

Foram encontrados 60 pacientes, sendo 43 com linfoma não Hodgkin e 17 com LLC, sendo o seguimento mediano de 25 meses. O principal evento adverso tardio foi a hipogamaglobulinemia, acometendo 60% dos pacientes. E isso, segundo a pesquisadora, não correspondeu a uma taxa maior de infecções graves.

O resultado: 35% dos pacientes ficaram em remissão completa, não necessitaram de tratamento adicional para doença de base após uma mediana de 28 meses de seguimento. Dois pacientes desse grupo necessitaram de tratamento para síndrome mielodisplásica. Os dados são preliminares, retrospectivos, e não é possível fazer uma correlação exata entre esses efeitos colaterais e as CAR T-Cells.

Todos os pacientes incluídos no estudo tinham muitas linhas de tratamento prévio, inclusive transplante, 27% dos pacientes tinham hipogamaglobulinemia mesmo antes de receber o condicionamento e as infusões de CAR T-Cells.

Ao concluir, Dra. Ana Cordeiro disse que “nossa impressão final é de que as CAR T-Cells parecem ser um tratamento seguro no seguimento de longo prazo e a maioria dos eventos adversos observados pode ser decorrente de tratamentos prévios ou posteriores às CAR T-Cells”.

A Oncologia Brasil está realizando a cobertura do Congresso da Sociedade Americana de Hematologia, diretamente de San Diego (EUA).