O Dr. Ruffo de Freitas Júnior, mastologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, comentou importante estudo sobre o uso de tamoxifeno em baixa dose para prevenção de câncer de mama, apresentado no San Antonio Breast Cancer Symposium 2018, encontro que vem ocorrendo entre 04 e 08 de dezembro, em San Antonio (EUA).
O mastologista lembrou que dados anteriores já demonstravam potencial de redução de risco de neoplasias mamárias em até 50% com uso da medicação em questão, o que, porém, não era adotado com frequência na prática clínica, devido à não demonstração de ganho em sobrevida, bem como devido aos efeitos colaterais importantes, incluindo o maior risco de câncer de endométrio.
O estudo atual avaliou 500 mulheres operadas por carcinoma ductal ou lobular in situ, divididas em 2 grupos: o primeiro, em que se utilizou tamoxifeno 5 mg/dia ou 10 mg em dias alternados, por 3 anos; o segundo, que recebeu placebo na mesma frequência. Os dados mostraram redução significativa de 52% no risco de desenvolvimento de câncer de mama (hazard ratio de 0,48) em 5 anos de seguimento, além de redução de 10 para 3 cânceres invasivos, e de 24% para 11% de qualquer evento mamário. Em relação aos eventos adversos, apenas houve diferença na frequência das ondas de calor, que foram mais prevalentes no grupo de tamoxifeno. Eventos como câncer de endométrio não foram significativamente diferentes entre os dois grupos. O Dr. Ruffo concluiu ressaltando a importância desse estudo e o grande potencial de mudança da prática clínica a partir de seus resultados.
A Oncologia Brasil está realizando a cobertura do SABCS 2018, diretamente de San Antonio (EUA).