2019 in Review: resultados promissores em mieloma múltiplo - Oncologia Brasil

2019 in Review: resultados promissores em mieloma múltiplo

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O tratamento do mieloma múltiplo evoluiu muito nos últimos 5 anos. Neste contexto, o Dr. Angelo Maiolino, hematologista da UFRJ e coordenador américas (RJ) faz um resumo do que aconteceu em termos de publicações e avanços no ano de 2019.

Começa destacando a incorporação do anti-CD38 na primeira linha de tratamento do Mieloma Múltiplo, as aprovações da indicação foram baseadas nos CASSIOPEIA e MAIA.

O estudo francês CASSIOPEIA comparou o esquema daratumumabe, bortezomibe, talidomida e dexametasona (DVTd) vs. bortezomibe, talidomida e dexametasona (VTD) em 1085 pacientes com mieloma múltiplo elegíveis a transplante autólogo de medula óssea. Os pacientes receberam quatro ciclos do tratamento, transplante autólogo de medula óssea e mais dois ciclos de consolidação. DVTd exibiu benefício em comparação a VTd no desfecho primário, remissão completa estrita após os dois ciclos de consolidação. A sobrevida de progressão em 18 meses também mostrou superior para o tratamento DVTd. A aprovação do esquema DVTd ocorreu no Brasil antes mesmo da aprovação na Food and Drug Administration (FDA) e foi um dos primeiros a aprovar o esquema daratumumabe, lenalidomida e dexametasona (DRd). Sendo a última baseada no estudo de fase 3 MAIA, que comparou DRd vs lenalidomida e dexametasona (Rd) em pacientes recém-diagnosticados com mieloma múltiplo inelegíveis ao transplante autólogo de células-tronco. Houve melhoria na sobrevida livre de progressão (SLP) no braço DRd em comparação com o braço Rd. A SLP mediana não foi alcançada no braço DRd, mas as projeções indicam 4,5 a 5 anos, “um resultado sem precedentes”, afirma Dr. Maiolino lembrando que o desafio agora é a incorporação dessas medicações no Rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Já no cenário de potenciais terapias, no encontro anual da Sociedade Americana de Hematologia (ASH) de 2019 foram apresentados mais maduros da terapia CAR T-cell em Mieloma Múltiplo, como o CARTITUDE que incluiu pacientes com múltiplas linhas prévias de tratamento e ainda assim teve uma taxa de resposta de 90%.

Ressalta que CAR T-cell e BiTEs, em futuro próximo, terão um importante papel nos casos de recidiva – o Brasil já está participando destes estudos.

Dois grupos de pacientes com Mieloma Múltiplo, os de alto risco citogenético e frágeis, ainda não têm terapêuticas tão efetivas, isso reforça a necessidade de desenhos de estudos que os atendam.

No geral, os resultados no cenário de Mieloma Múltiplo são promissores e a expectativa continua sendo a cura, conclui o médico.