2020 in Review: o que mudou no tratamento de linfomas e leucemias

Dr. Fernando Barroso, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), abordou os destaques de 2020 na área de linfomas e leucemias e sua importância para a prática clínica.

Em relação aos linfomas, o médico acredita que os últimos dois grandes avanços do último ano foram as moléculas nivolumabe e pembrolizumabe. Essas drogas, da classe dos inibidores de checkpoint, estendem a sobrevida dos portadores de linfoma de Hodgkin e linfoma da zona cinzenta, respectivamente. 

Já entre as leucemias, o onco-hematologista destaca seu maior esclarecimento genético-molecular, principalmente no que se refere à leucemia mieloide aguda. Ele cita algumas mutações para as quais já existem terapias-alvo, tais como FLT3, NPM1, IDH1, IDH2 e EZH2.

Uma discussão que está em voga para ambos os tumores é o uso da terapia celular, conhecida como CAR T–cell. Ela vem sendo empregada no tratamento de leucemia linfoide aguda, leucemia mieloide refratária e linfoma refratário.

Além disso, o especialista destaca a evolução na terapia das mielodisplasias, contextualizando que uma melhor compreensão de suas características genético-moleculares ajuda a definir, com mais precisão e antecedência, quais pacientes são elegíveis ao transplante.

Dr. Barroso finaliza pontuando a importância da manutenção pós-transplante, por meio da combinação de terapia hipometilante com alternativas de drogas que incluem desde anticorpos monoclonais a inibidores de checkpoint.

“Acreditamos que o melhor entendimento de todas essas práticas pode, efetivamente, melhorar a situação para os pacientes que são refratários às terapêuticas clássicas. Não é para todo mundo. É importante que esses recursos sejam utilizados de maneira responsável e buscando o melhor resultado”, conclui o especialista.

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