Novos métodos de imagem na avaliação do Câncer de Próstata

O Dr. Denis Jardim, oncologista clínico do Hospital Sírio-Libanês, abordou estudo sobre o uso do PET/CT com fluorocolina na avaliação de pacientes com câncer de próstata e discorreu sobre o papel de novos métodos de imagem nesse cenário, conforme os dados apresentados no Genitourinary Cancers Symposium – ASCO-GU 2019, que ocorre de 14 a 16 de fevereiro, em São Francisco (EUA).

Pacientes com doença inicial e presença de fatores de mais alto risco (PSA ≥ 10, > T2 ou Gleason ≥ 7) ou com recidiva bioquímica (PSA > 0,5) foram randomizados para estadiamento com imagens convencionais (tomografias de tórax, abdome e pelve e cintilografia óssea) ou PET com fluorocolina. O método novo foi superior no estadiamento da doença inicial, influenciando em mudanças no manejo em até um quarto dos pacientes vs 11% de mudança no braço de imagens convencionais. O Dr. Denis chama a atenção ainda para o dado de ganho incremental do PET em relação aos exames tradicionais, uma vez que nos pacientes do estudo que fizeram exames convencionais e depois puderam ser submetidos a PET com fluorocolina, houve alteração de conduta em até 7% dos casos.

O oncologista ressaltou ainda que o método novo trouxe uma menor taxa de falsos positivos, que chegava a 11% com as imagens convencionais, e lembrou o papel prognóstico desses exames, já que pacientes com linfonodos acometidos visualizados por ambos os métodos apresentavam um pior prognóstico. Houve, no entanto, maior tempo para progressão naqueles pacientes cujo envolvimento linfonodal foi detectado por PET, o que sugeriria que as novas imagens detectam doença mais precocemente, porém sem necessariamente mudar o desfecho desses pacientes. No Brasil, o Dr. Denis comenta que o acesso ao PET com PSMA pode ser fator importante na aplicabilidade desses dados.