O larotrectinibe, um inibidor potente das proteínas TRKA/B/C, codificadas pelos genes NTRK1/2/3, vem ganhando destaque no cenário oncológico, por ser, até o momento, uma das poucas medicações em oncologia que já conta com aprovação agnóstica, podendo ser utilizada em qualquer neoplasia com fusão do gene NTRK, independentemente da histologia do tumor. A Dra. Ana Gelatti, oncologista clínica e membro do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT), trouxe alguns dos mais importantes dados relacionados a essa medicação apresentados no ASCO 2019, congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que ocorreu em Chicago (EUA), de 31 de maio a 04 de junho.
A oncologista destacou a atualização dos resultados desse fármaco em população adulta, com 72 pacientes avaliados, apresentando uma marcada taxa de resposta de 68%, com medianas de duração de resposta e sobrevida global ainda não atingidas. A taxa de resposta completa também foi expressiva, chegando, conforme enfatizou a médica, a até 17%.
Dados para populações pediátricas com fibrossarcoma também foram divulgados, observando-se impressionantes taxas de resposta e resposta completa de 94% e 35%, respectivamente. Destacou-se também o resultado do uso de larotrectinibe para tumores primários de sistema nervoso central (SNC) ou para metástases cerebrais, comprovando-se, como ressaltou a Dra. Ana, a presença de penetração e consequente atividade dessa medicação em SNC.
Foram comentados ainda dados animadores quanto à melhora da qualidade de vida dos pacientes tratados com larotrectinibe, ponderando ser uma população composta de indivíduos muitas vezes já submetidos a múltiplas linhas prévias de tratamento e com performance status comprometido. A médica lembrou, por fim, da importância de se pesquisar a fusão de NTRK em pacientes com doença refratária a tratamentos, pois, ainda que rara, essa é uma alteração associada a um tratamento potencialmente muito eficaz. O benefício visto com larotrectinibe confirma a importância crescente de terapias-alvo e da busca por caraterísticas moleculares específicas, que permitam esse tipo de abordagem em oncologia.
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