Em leucemia mieloide crônica (LMC), todos os estudos de remissão livre de tratamento (TFR) descontinuaram o tratamento com inibidor de tirosina quinase (TKI) abruptamente e focaram em pacientes com MR4 estável (relação BCR-ABL para ABL ≤ 0,01%). o recente estudo publicado no Lancet Haematology avaliou os efeitos da retirada gradual do TKI e se a TFR é viável para pacientes com remissão menos profunda, mas estável.
O DESTINY é um estudo de fase 2, não randomizado, em pacientes adultos com leucemia mieloide em primeira fase crônica, que receberam terapia com TKI por três anos ou mais, com três ou mais medidas de BCR-ABL por PCR quantitativo menor que 0,1% (resposta molecular maior [MMR]) nos 12 meses antes da entrada no estudo. Pacientes com todas as medidas de PCR inferiores a 0,10% foram atribuídos ao grupo MR4. Já aqueles com resultados entre 0,1% e 0,01% foram alocados no grupo MMR.
O tratamento com TKI foi descontinuado para metade da dose padrão durante 12 meses, depois interrompido por mais 24, com monitorização frequente por PCR. Os tratamentos ao início do estudo eram imatinibe (n = 148), nilotinibe (n = 16) ou dasatinibe (n = 10), pela mediana de 6,9 anos, sendo 49 pertencentes ao grupo MMR e 125 ao MR4.
No grupo MR4, 84 (67%) pacientes atingiram o ponto de conclusão do estudo de 36 meses e a sobrevida livre de recidiva foi de 72%. No grupo MMR, 16 (33%) participantes completaram o estudo e a sobrevida livre de recidiva foi de 36%. Não houve progressão da doença e dois óbitos ocorreram devido a causas não relacionadas. Todas as recorrências recuperaram MMR dentro de 5 meses de retomada do tratamento.
O descalonamento inicial antes da descontinuação pode melhorar o sucesso dos protocolos de TFR. Os resultados também sugerem que a TFR merece um estudo mais aprofundado em pacientes com MMR estável.
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