Resultados do estudo KEYNOTE-522 destacam ganhos significativos de resposta patológica completa e sobrevida livre de eventos, e identificam biomarcadores associados à eficácia, como TMB e perfil gênico inflamatório, reforçando o papel da imunoterapia no tratamento dessa população de pacientes.
O câncer de mama triplo-negativo de alto risco está associado a piores desfechos clínicos, caracterizados por alta taxa de recorrência precoce e elevada mortalidade. No contexto de uma terapia padrão baseada em quimioterapia neoadjuvante, o estudo KEYNOTE-522 investiga a eficácia e a segurança do pembrolizumabe (anti-PD-1) combinado à quimioterapia neoadjuvante, seguido de pembrolizumabe em monoterapia no período adjuvante, em comparação ao regime com placebo para o pembrolizumabe.
O estudo randomizou 1.172 pacientes, sendo 783 no grupo tratado com pembrolizumabe e 389 no grupo placebo. Na análise mais recente, publicada no The New England Journal of Medicine, com uma mediana de follow-up de 75,1 meses, a sobrevida global estimada em 60 meses foi de 86,6% no grupo que recebeu o imunoterápico, em comparação a 81,7% no grupo placebo. Esse resultado representa um ganho significativo em sobrevida global (p=0,002).
Na SABCS 2024, o estudo apresentou resultados de uma análise exploratória de biomarcadores, avaliando associações entre o tumor mutational burden (TMB, por Whole Exome Sequencing – WES; n=946) e dois perfis de expressão gênica: um contendo 18 genes inflamatórios (TcellinfGEP) e outro sem essa característica (RNAseq; n=904). Esses biomarcadores foram correlacionados com a resposta patológica completa (pCR) e a sobrevida livre de eventos (SLE).
O perfil TcellinfGEP mostrou uma associação positiva tanto com a resposta patológica completa (pCR) quanto com a sobrevida livre de eventos (SLE) em ambos os braços do estudo. Por outro lado, o TMB apresentou associação com pCR e SLE apenas no braço tratado com pembrolizumabe. Ao avaliar os cutoffs pré-especificados nas análises de subgrupos, os resultados reforçaram a consistência favorável ao regime com pembrolizumabe.
Em conclusão, os resultados reforçam o perfil gênico composto por 18 genes inflamatórios como um fator prognóstico favorável para a resposta patológica completa e para o ganho de sobrevida livre de eventos, independentemente da adição de pembrolizumabe. Por outro lado, o TMB demonstrou ser um parâmetro preditivo de resposta à imunoterapia. De maneira geral, nas demais métricas de eficácia avaliadas, o pembrolizumabe apresentou superioridade.
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