Carcinoma Hepatocelular: nivolumabe como opção menos tóxica em primeira linha - Oncologia Brasil

Carcinoma Hepatocelular: nivolumabe como opção menos tóxica em primeira linha

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A Oncologista clínica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), Dra. Renata D’Alpino, em participação no Congresso ESMO 2019, falou um dos pontos altos na sessão de tumores gastrointestinais, os dados do estudo CheckMate 459.

Segundo ela, chamam atenção as taxas de resposta e sobrevivência para imunoterapia em primeira linha para carcinoma hepatocelular (CHC) avançado, em comparação com os atuais regimes de tratamento. Os dados do estudo apontam também para um perfil de segurança favorável para o nivolumabe quando utilizado para este tipo de tumor.

Apesar dos resultados positivos, o CheckMate 459 não atingiu o endpoint primário preestabelecido, a melhora na sobrevida global em comparação ao sorafenibe, tratamento estabelecido para o CHC. Pacientes com alta expressão de PD-L1 (do braço tratado com nivolumabe) tiveram aumento das taxas de resposta, sugerindo potencial papel de biomarcador.

O CheckMate 459 foi um estudo randomizado de fase III que contou com 743 pacientes divididos em dois braços: um tratado com nivolumabe e outro com sorafenibe, ambos em primeira linha. A sobrevida global mediana foi de 16,4 meses para o nivolumabe e 14,7 meses para o sorafenibe (HR 0,85; IC95%: 0,72-1,02; p=0,0752). Apesar da ausência de significância estatística, foi observado benefício clínico para todos os subgrupos pré-definidos de pacientes, incluindo aqueles apresentando quadros de hepatite, invasão vascular e espalhamento extra-hepático.

A taxa de resposta global foi de 15% para o nivolumabe (incluindo 14 pacientes com resposta completa), versus 7% para o sorafenibe (com 5 pacientes apresentando resposta completa). Eventos adversos (EA) relacionados ao tratamento de graus 3 e 4 foram apresentados por 22% dos pacientes do braço tratado com nivolumabe (81 pacientes no total), comparados a 49% do tratado com sorafenibe (179 pacientes), levando a taxas de descontinuidade do tratamento de 4% e 8%, respectivamente.

É relevante a descoberta de prescrições mais eficazes e seguras para este tipo de câncer, que muitas vezes é diagnosticado já em fase avançada e de difícil tratamento. Ainda que o nivolumabe não tenha proporcionado aos pacientes do estudo um ganho estatisticamente significativo na sobrevida global, houve benefícios clínicos e uma taxa de resposta completa mais alta do que a atingida por pacientes no braço tratado com sorafenibe. Somado ao perfil de segurança favorável, nivolumabe se coloca como um importante candidato a ser investigado por novos estudos e incorporado na prática clínica. Saiba mais aqui.

O ESMO Congress 2019 acontece entre os dias 27 de setembro e primeiro de outubro em Barcelona, Espanha e reúne especialistas do mundo todo para discutir o que há de mais recente na pesquisa oncológica, com apresentação de dados que podem mudar a prática da oncologia e consequente promoção de um atendimento melhor ao paciente. Confira a cobertura no site www.oncologiabrasil.com.br/esmo-19, e nas nossas redes sociais.

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