CheckMate 227 - Combinação de imunoterapia em NSCLC, representa potencial nova opção de tratamento de primeira linha - Oncologia Brasil

CheckMate 227 – Combinação de imunoterapia em NSCLC, representa potencial nova opção de tratamento de primeira linha

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A imunoterapia com bloqueadores de correceptores imunes já é uma realidade no tratamento padrão em primeira linha para câncer de pulmão de células não pequenas metastático (CPCNPm). O uso de agentes anti-PD1 em monoterapia ou em combinação à quimioterapia modificou radicalmente as taxas de sucesso e aumentou a sobrevida de pacientes com doença avançada. No entanto, o uso de combinações de agentes imunoterápicos, aos moldes do que já é feito em casos de melanoma, ainda não havia demonstrado benefício em sobrevida na primeira linha para CPCNPm.

Hoje, dados da parte 1 do estudo de fase III CheckMate 227, revelados no ESMO Congress 2019, trazem um novo ganho nesse cenário. O estudo, que avaliou o uso do anti-PD1 nivolumabe (NIVO), isolado ou em combinação ao anti-CTLA4 ipilimumabe (IPI), versus quimioterapia (QT) citotóxica, para pacientes com CPCNPm sem mutações driver, foi tema de apresentação no congresso da European Society of Medical Oncology, evento que ocorre em Barcelona, de 27 de setembro a primeiro de outubro.

Os esquemas de tratamento incluíam NIVO 3 mg/kg a cada duas semanas + IPI 1 mg/kg a cada seis semanas, NIVO 240 mg a cada duas semanas ou quimioterapia baseada na histologia do tumor, para os pacientes com PD-L1 de 1% ou mais. Já aqueles com tumores sem expressão de PD-L1 podiam receber o mesmo esquema de combinação ou NIVO 360 mg a cada três semanas + QT ou ainda QT isolada. Os pacientes podiam se manter em tratamento por até 2 anos ou até progressão ou toxicidade limitante.

O desfecho primário de sobrevida livre de progressão de NIVO + IPI vs. QT em pacientes com carga mutacional tumoral > 10 mut/Mb já havia sido divulgado previamente como positivo. Na apresentação de hoje, a Dra. Solange Peters, primeira autora do trabalho, divulgou os resultados referentes ao segundo desfecho primário de sobrevida global (SG) com NIVO + IPI vs. QT para a população com PD-L1 de 1% ou mais. Nessa população, a SG foi significativamente superior para o braço da combinação, com medianas de 17,1 (NIVO + IPI) e 14,9 (QT) meses e hazard ratio (HR) de 0,79 (IC 97.72%: 0,65–0,96; P = 0,007). Todos os outros desfechos também favoreceram o braço de NIVO + IPI. Mesmo na população com PD-L1 < 1%, o benefício de sobrevida global se manteve, com medianas de 17,2 (NIVO + IPI) vs. 12,2 (QT) meses.

Quantos às toxicidades observadas, eventos imunomediados foram vistos em proporção similar a de estudos anteriores com combinações de bloqueadores de correceptores imunes. A frequência de eventos adversos graus 3-4 foi de 32,8% para a combinação e de 36% para a QT, ainda que com uma diferença importante no perfil de toxicidades entre os dois braços de tratamentos.

Com esses importantes achados, a combinação de nivolumabe e ipilimumabe se torna mais uma potencial opção de tratamento livre de quimioterapia para CPCNPm em primeira linha, com possível benefício até mesmo para os pacientes com PD-L1 < 1%. Novos dados são aguardados, mas a opção de combinação de imunoterápicos deve se tornar disponível para os pacientes em breve. Acesse aqui o estudo teve publicação simultânea à apresentação no NEJM.

O ESMO Congress 2019 acontece entre os dias 27 de setembro e primeiro de outubro em Barcelona, Espanha e reúne especialistas do mundo todo para discutir o que há de mais recente na pesquisa oncológica, com apresentação de dados que podem mudar a prática da oncologia e consequente promoção de um atendimento melhor ao paciente. Confira a cobertura no site www.oncologiabrasil.com.br/esmo-19, e nas nossas redes sociais.

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