Osimertinibe prolonga sobrevida global em pacientes com câncer de pulmão metastático - Oncologia Brasil

Osimertinibe prolonga sobrevida global em pacientes com câncer de pulmão metastático

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A oncologista clínica e membro do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT), Dra. Ana Gelatti, comentou em sua participação no ESMO Congress 2019 os resultados da atualização do estudo FLAURA, que pela primeira vez trazem dados de sobrevida global para o inibidor de tirosina (TKI, do inglês tyrosine kinase inhibitor[s]) quinase osimertinibe para casos de câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) positivo para mutações no gene EGFR.

O uso de TKIs em oncologia vem permitindo respostas rápidas e, muitas vezes, duradouras para tumores diversos. No caso do CPCNP, o uso dessas terapias-alvo levou ao controle de doenças com alterações genéticas específicas, como mutações ativadoras de EGFR e alterações de ALK, até então de difícil tratamento.

O osimertinibe, TKI inibidor de EGFR aprovado em primeira linha para tratamento de CPCNP metastático com mutações L858R ou deleção do éxon 19 nesse gene, já se mostrou mais eficaz do que suas contrapartidas de gerações anteriores, prolongando sobrevida livre de progressão nesses pacientes. A atualização do estudo FLAURA mostrou que a molécula também é capaz de prolongar a sobrevida global (SG) em primeira linha, quando comparado a TKIs de primeira geração.

Os dados foram tópico de sessão oral no congresso da European Society of Medical Oncology (ESMO), que ocorre em Barcelona, de 27 de setembro a primeiro de outubro. Apresentados pelo Dr. Suresh Ramalingam, oncologista e professor da Emory University, os resultados mostram um ganho absoluto de quase 7 meses em SG, com medianas de 38,6 meses vs. 31,8 meses, favorecendo o osimertinibe em relação ao TKIs de primeira geração (hazard ratio [HR] 0,799; p=0,0462). Em três anos, mais da metade (54%) dos pacientes usando osimertinibe estavam vivos, em comparação a 44% daqueles que utilizaram TKIs de primeira geração.

O ganho foi expressivo, mesmo com alta taxa de crossover, com 31% dos pacientes do braço controle utilizando osimertinibe após progressão, desde que apresentassem a mutação de resistência T790M no gene EGFR. O Dr. Ramalingam comentou que esse é o primeiro TKI a apresentar ganho em sobrevida em relação a outros TKIs nas terapias para CPCNP.

Esse dado reafirma o papel de osimertinibe na primeira linha de tratamento de pacientes com CPCNP metastático, tanto pelo benefício estatístico quanto pelo benefício clínico importante. No entanto, após progressão ao osimertinibe, novas linhas de tratamento com os TKIs existentes não parecem eficazes e novas medicações que ataquem mecanismos de resistência a esse fármaco ainda precisam ser desenvolvidas.

O ESMO Congress 2019 acontece entre os dias 27 de setembro e primeiro de outubro em Barcelona, Espanha e reúne especialistas do mundo todo para discutir o que há de mais recente na pesquisa oncológica, com apresentação de dados que podem mudar a prática da oncologia e consequente promoção de um atendimento melhor ao paciente. Confira a cobertura no site www.oncologiabrasil.com.br/esmo-19, e nas nossas redes sociais.

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