Pela primeira vez comprovada eficácia combinação de Imunoterapias em primeira linha no tratamento de pacientes com CPNPC - Oncologia Brasil

Pela primeira vez comprovada eficácia combinação de Imunoterapias em primeira linha no tratamento de pacientes com CPNPC

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O oncologista clínico do Hospital Sírio Libanês, Dr. Fernando Santini, em sua participação no ESMO Congress 2019, comentou os resultados mais recentes do estudo CheckMate 227, que teve sua atualização apresentada no congresso da European Society for Medical Oncology.

Ressaltando que estes são os primeiros resultados positivos do uso de uma combinação de dois imunoterápicos em primeira linha para pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células metastático (CPNPCm), o Dr. Santini comentou que a nova publicação demonstra ganhos importantes na sobrevida global, taxa de resposta e duração desta resposta.

O estudo avaliou o uso do anti-PD1 nivolumabe (NIVO), isolado ou em combinação com ipilimumabe (IPI), um anticorpo anti-CTLA4, e comparou os resultados com os de quimioterapia (QT) citotóxica, para pacientes com CPCNPm sem mutações driver.

Os dados apresentados ontem pela Dra. Solange Peters, primeira autora do trabalho, foram referentes ao segundo desfecho primário de sobrevida global (SG) com NIVO + IPI vs. QT para uma população que apresentava 1% ou mais de expressão de PD-L1. A SG desses pacientes foi significativamente superior para o braço que recebeu a combinação de imunoterápicos, com medianas de 17,1 (NIVO + IPI) e 14,9 (QT) meses e hazard ratio (HR) de 0,79 (IC 97.72%: 0,65–0,96; P = 0,007). Todos os outros desfechos também favoreceram o braço de NIVO + IPI. Mesmo na população com PD-L1 < 1%, o benefício de sobrevida global se manteve, com medianas de 17,2 (NIVO + IPI) vs. 12,2 (QT) meses.

“A combinação de nivolumabe e ipilimumabe em primeira linha para estes pacientes com CPCNP demonstrou um ganho na sobrevida global que foi independente de PD-L1 e da carga mutacional tumoral, e é mais uma arma no arsenal para tratamento de pacientes com este quadro. Um ganho na diversidade de opções deste arsenal vai beneficiar o maior número de pacientes possível”, comenta Santini.

Os sinais de segurança do uso da combinação, embora mais expressivos do que os dos imunoterápicos isolados e da QT, foram consistentes com os já divulgados anteriormente para associações de bloqueadores de correceptores imunes. Espera-se que novos estudos explorem mais a fundo essa questão, e que a terapia pela combinação de imunoterápicos torne-se disponível para os pacientes em breve.

O ESMO Congress 2019 acontece entre os dias 27 de setembro e primeiro de outubro em Barcelona, Espanha e reúne especialistas do mundo todo para discutir o que há de mais recente na pesquisa oncológica, com apresentação de dados que podem mudar a prática da oncologia e consequente promoção de um atendimento melhor ao paciente. Confira a cobertura no site www.oncologiabrasil.com.br/esmo-19, e nas nossas redes sociais.

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