Dados apresentados no último sábado na ESMO Asia 2019 trazem uma atualização do estudo ALTA-1L (NCT02737501), que avaliou a eficácia de brigatinibe, em comparação com crizotinibe, para tratamento de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) ALK+.
Os 275 pacientes do estudo com CPCNP ALK+ foram randomizados (1:1) para brigatinibe ou crizotinibe. O ALTA-1L teve como endpoint primário a sobrevida livre de progressão, e como endpoints secundários taxa de resposta objetiva, taxa de resposta objetiva intracerebral, sobrevida livre de progressão intracraniana, sobrevida global e sinais de segurança.
O follow-up do estudo até 28 de junho de 2019, quando foram feitas as análises para submissão do trabalho na ESMO Asia 2019, foi de 24,9 meses para o braço tratado com brigatinibe, e 15,2 meses para o braço que recebeu crizotinibe, com 150 eventos de sobrevida livre de progressão. A razão de risco para a sobrevida livre de progressão foi de 0,49 (IC95%: 0,35-0,68, com p logarítmico < 0,0001).
O uso de brigatinibe foi associado a uma sobrevida livre de progressão mediana de 24,0 meses, comparados aos 11,0 meses associados ao uso de crizotinibe.
Já em termos da sobrevida livre de progressão medida pelos investigadores principais, a razão de risco foi de 0,43 (IC95%: 0,31-0,61, com mediana de 29,4 vs, 9,2 meses para brigatinibe e crizotinibe, respectivamente), correspondendo a uma redução de 57% no risco de morte ou progressão. Os dados de sobrevida global ainda não estavam maduros o bastante para apresentação.
Os eventos adversos (EAs) de grau 3 ou superior associados ao tratamento com brigatinibe foram: aumento nos níveis da creatinofosfoquinase (CPK (24,3%) e lipase (14,0%) e hipertensão (11,8%). A ocorrência de doença pulmonar intersticial e pneumonite acometeu 5,1% dos pacientes tratados com brigatinibe e 2,2% dos que receberam o crizotinibe. Eventos adversos levaram à interrupção do tratamento de 12,5% dos pacientes que receberam brigatinibe, enquanto para o crizotinibe este número foi de 8,8%.
Estes dados somam-se aos da primeira análise de ínterim do ALTA-1L, que já havia demonstrado superioridade do brigatinibe em relação ao crizotinibe, em sobrevida livre de progressão independentemente avaliada e qualidade de vida auto-relatada.
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