O uso do inibidor da enzima poly(adenosine diphosphate–ribose) polymerase (PARP) olaparibe levou a aumento de sobrevida livre de progressão no tratamento de manutenção de pacientes com câncer de ovário avançado e mutação em BRCA1/2, que haviam respondido à quimioterapia inicial, segundo dados do estudo de fase III SOLO1.
No entanto, as pacientes desse estudo não recebiam bevacizumabe, um agente antiangiogênico que se tornou uma das medicações padrão para essa doença, em associação com carboplatina e paclitaxel e, posteriormente, em monoterapia na fase de manutenção. O novo estudo de fase III PAOLA-1 buscou avaliar a associação de olaparibe ao bevacizumabe de manutenção nesse cenário, independentemente.
O estudo, publicado no NEJM, recrutou pacientes recém-diagnosticadas com câncer de ovário de alto grau avançado e que apresentaram resposta parcial ou completa ao tratamento inicial com quimioterapia baseada em platina e taxano, associada a bevacizumabe. As pacientes foram randomizadas em razão 2:1 para tratamento com olaparibe 300 mg, duas vezes ao dia, ou placebo, por até 24 meses. As pacientes recebiam tratamento de manutenção também com bevacizumabe 15 mg/kg, a cada 3 semanas, por até 15 meses.
As 806 pacientes recrutadas tiveram seguimento mediano de 22,9 meses. A sobrevida livre de progressão mediana foi de 22,1 meses no braço de olaparibe e de 16,6 meses no braço do placebo (HR 0,59; IC 95%: 0,49-0,72; p < 0,001). O uso de olaparibe levou a uma redução relativa de 67% (IC 95%: 0,25-0,45) no risco de progressão ou morte daquelas pacientes com tumores com deficiência de recombinação homóloga (HRD) e mutação em BRCA, em comparação a uma redução de 57% para o grupo com HRD sem mutação em BRCA. O status HRD foi determinado por teste de sequenciamento genético comercialmente disponível (Myriad myChoice Plus HRD®).
Os resultados evidenciam que a adição de olaparibe ao bevacizumabe de manutenção parece, de fato, ser benéfica, para pacientes com câncer de ovário avançado, após tratamento de primeira linha, principalmente naquelas com status de HRD. Essa nova associação pode ser mais uma opção importante para essas pacientes e permite ampliar ainda mais o alcance do benefício do inibidor de PARP.
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